O presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse nesta quarta-feira que sua reunião com o primeiro-ministro de Israel, Benjamin Netanyahu, buscará soluções para a “tensa” situação que se criou no Oriente Médio.
Os dois líderes assistiram aos desfiles militares anuais que celebram o papel da Rússia na derrota da Alemanha nazista durante a Segunda Guerra Mundial, há 73 anos.
Putin e Netanyahu discordam sobre a saída dos Estados Unidos do acordo nuclear com o Irã. Israel já manifestou seu “apoio total” à decisão do presidente americano, Donald Trump, enquanto a Rússia disse estar “profundamente decepcionada”.
A situação na Síria, país vizinho de Israel, o crescimento da zona de influência iraniana e o epicentro das tensões entre Irã e Israel também estão entre os tópicos a serem abordados. “A situação, infelizmente, é tensa”, disse Putin.
O presidente russo expressou confiança de que as partes discutam soluções que possam levar a uma distensão na região e permitam “encontrar os caminhos para a resolução dos conflitos agudos”.
O premiê israelense, por sua vez, afirmou que avalia a possibilidade de abordar a situação na região com Putin a fim de que ambos possam “pensar juntos” como é possível “eliminar as ameaças existentes de maneira responsável e sensata”.
Victory Day
A Rússia celebrou, nesta quarta-feira, o 73º aniversário da vitória da União Soviética contra a Alemanha nazista com um desfile militar na Praça Vermelha de Moscou.
“Nosso povo lutou até a morte. Nenhum país sofreu uma invasão assim”, disse Putin antes de abrir o desfile, durante o qual a Rússia exibiu seus novos blindados e aviões. Diante dos nonagenários veteranos da Segunda Guerra Mundial, Putin disse que o 9 de maio continuará sendo uma data festiva e “um dia sagrado para cada família”.
A Segunda Guerra Mundial deixou quase 27 milhões de mortos na União Soviética. A vitória de 1945 se tornou um mito fundador do patriotismo russo, remetendo a um tempo de grandeza e reconhecimento internacional anterior à polarização da Guerra Fria.
No discurso, Putin denunciou os que querem “reescrever a história” e minimizar o papel da União Soviética na vitória contra os nazistas. “Há aqueles que tentam apagar as façanhas do nosso povo para salvar a Europa da escravidão, do desaparecimento, dos horrores do Holocausto“, disse Putin, acenando para um tema caro à Israel de seu convidado.
Na Rússia, ainda vive 1,6 milhão de veteranos da Segunda Guerra Mundial, segundo o ministério russo do Trabalho.
Em todas as cidades russas, houve desfiles, ou cerimônias comemorativas da vitória, assim como na base militar russa de Hmeimim, na Síria, onde o Exército russo apoia o presidente Bashar Assad.
Em Moscou, caças de quinta geração Su-57 sobrevoaram a parada militar, que contou ainda com um veículo blindado “Terminator”. Também foram apresentados pela primeira vez drones de fabricação russa e um robô desminador usado nas cidades sírias de Aleppo e de Palmira.
No total, mais de 13.000 soldados, 75 aviões e 84 blindados participaram do desfile da Praça Vermelha, segundo o Ministério da Defesa.
(Com AFP, EFE e Reuters)