Putin é ‘racional’, mas errou cálculo ao invadir Ucrânia, diz Biden
Entrevista de presidente americano aconteceu feita poucas horas depois de uma reunião de emergência com membros do G7 e presidente da Ucrânia
Em entrevista exclusiva à rede americana CNN na noite de terça-feira 11, o presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, disse acreditar que, embora o presidente russo, Vladimir Putin, seja uma “pessoa racional”, ele teria calculado de forma errada sua capacidade de seus militares ocuparem a Ucrânia depois da invasão de 24 de fevereiro.
“Acredito que ele é uma pessoa racional que calculou mal significativamente”, disse Biden ao presentador Jake Tapper.
No entanto, o presidente americano afirmou que a justificativa usada por Putin para invadir o país vizinho é “irracional” e “ridícula”. Inicialmente, o Kremlin usou uma suposta “operação especial de desnazificação” da Ucrânia como argumento para invadir o país vizinho.
“O discurso e seus objetivos não eram racionais. Acho que ele pensou que seria recebido de braços abertos, que este era o berço da Mãe Rússia em Kiev, e nisso ele fez um cálculo completamente errado”, acrescentou Biden. “Se você ouvir o discurso que ele fez após a decisão ter sido feita, ele falava sobre toda a ideia – que ele precisava ser o líder da Rússia que unia todas pessoas que falam russo. Acho que isso é irracional”.
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A entrevista do presidente americano foi feita poucas horas depois de uma reunião de emergência com membros do G7, o grupo das sete maiores economias do mundo, junto com o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky.
Em pronunciamento conjunto, o G7 condenou os novos bombardeios da Rússia, dizendo que ataques a civis são crimes de guerra. O Kremlin, no entanto, nega ter atingido civis deliberadamente.
Para o ministro das Relações Exteriores da Ucrânia, Dmytro Kuleba, os principais alvos são instalações de energia em uma campanha planejada com bastante antecedência para “infernizar a vida dos ucranianos”. Na terça-feira, vários mísseis russos atingiram o território ucraniano pelo segundo dia consecutivo, embora com menos intensidade do que na segunda-feira 10, quando ao menos 75 ataques aéreos mataram 19 pessoas e feriram mais de 100. Os bombardeios também interromperam o fornecimento de energia em todo o país.
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No encontro, Zelensky pediu por mais sistemas de defesa aérea, definidos por ele como “prioridade número um” no momento.
Zelensky pediu ainda por novas sanções para aquilo que chamou de “novo estágio de escalada do Kremlin” e pleiteou uma missão internacional de monitoramento da fronteira entre a Ucrânia e Belarus. Em resposta, o líder bielorruso, Alexander Lukashenko, acusou os ucranianos de se prepararem para invadir o seu país, embora não tenha apresentado nenhuma prova.