Putin manda Grupo Wagner jurar lealdade à Rússia
Liderança de soldados mercenários é incerta após suposta morte de Prigozhin
O presidente da Rússia, Vladimir Putin, assinou um decreto que obriga todos os voluntários e colaboradores das Forças Armadas a jurar lealdade à Federação Russa. A ordem foi emitida na última sexta-feira, 25, e afeta principalmente o Grupo Wagner, equipe de mercenários que atuam na invasão à Ucrânia.
O documento intitulado “Sobre o juramento de certas categorias de indivíduos” determina que aqueles que se enquadram no texto declarem diante da bandeira russa: “Juro solenemente lealdade à Federação Russa e me comprometo a seguir estritamente as ordens de comandantes e superiores, e conscientemente cumprir as tarefas designadas a mim”. Segundo o decreto, o objetivo é “formar as fundações espirituais e morais para a defesa” do país.
Os mercenários do Grupo Wagner operam sem uma liderança clara desde a última quarta-feira, 23, quando o líder Yevgeny Prigozhin supostamente morreu na queda de um avião na região russa de Tver, a noroeste de Moscou. Embora as autoridades russas tenham confirmado oficialmente a morte, ainda não há evidências concretas de que Prigozhin estivesse a bordo da aeronave.
No último 23 de junho, Prigozhin liderou uma rebelião do Grupo Wagner contra Vladimir Putin e ordenou que seus mercenários abandonassem os postos, acusando o presidente russo de mentir sobre as justificativas para a invasão da Ucrânia e mascarar os números verdadeiros de militares mortos e feridos em conflitos. Após rápidos avanços em direção a Moscou, o motim foi dissolvido por um acordo com o governo russo e Prigozhin foi enviado a Belarus, onde foi recebido pelo ditador Aleksandr Lukashenko. Os soldados do Grupo Wagner que não participaram da revolta foram dispensados, exilados ou contratados diretamente pelas Forças Armadas russas.
Além da Rússia e da Ucrânia, o Grupo Wagner tem atuação confirmada em pelo menos dez países, incluindo Síria, Venezuela e diversos países na África.