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Quais foram os resultados do encontro entre Trump e Kim em Singapura?

Líderes assinaram um histórico acordo, com compromissos de desnuclearização da Coreia do Norte e de fim dos exercícios militares dos EUA com a Coreia do Sul

Por Da Redação
Atualizado em 12 mar 2021, 06h03 - Publicado em 12 jun 2018, 09h50
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  • Os líderes dos Estados Unidos, Donald Trump, e da Coreia do Norte, Kim Jong-un, sentaram-se frente a frente nesta terça-feira 12 em Singapura – às 22 horas de segunda-feira 11 em Brasília – para um histórico encontro, no qual assinaram um acordo de cooperação. Nele são afirmados temas que por muito tempo foram sensíveis para ambas as nações e para os vizinhos Coreia do Sul e Japão.

    O presidente americano, que já está voltando aos Estados Unidos, afirmou que seu dia foi muito intenso, mas viu de forma positiva a reunião e acredita que Kim Jong-un vai cumprir o que foi acordado. Segundo Trump, o documento assinado é “muito abrangente” e abarca questões como as armas nucleares norte-coreanas, os exercícios militares americanos na península e as relações entre os dois países.

    Completa desnuclearização

    Um dos pontos-chave da reunião foi a completa desnuclearização da Coreia do Norte, assunto que causou atritos durante os dias anteriores à reunião e quase resultou no seu cancelamento. O líder Kim Jong-un se comprometeu a desfazer-se de seu arsenal militar, condição imposta por Trump para retirar as diversas sanções econômicas impostas ao regime.

    O presidente anunciou que o regime norte-coreano já concordou em destruir um grande local de testes de motores de mísseis e em fechar seus locais de testes nucleares. Questionado sobre prazos, Trump disse que isso não está ainda fechado. Segundo ele, os norte-coreanos começarão “imediatamente” a destruir suas armas nucleares. De acordo com o presidente americano, cientistas explicam que esse processo pode levar bastante tempo, mas que as sanções podem começar a ser retiradas assim que a Coreia do Norte chegar a um ponto em que não possa mais recuar da iniciativa. “Vamos retirar as sanções assim que percebermos que as armas nucleares já não têm efeito.”

    O presidente disse também que não houve “tempo” no dia de hoje para fechar com Kim um acordo sobre os detalhes necessários para acabar com as armas nucleares. Segundo Trump, será provavelmente necessário realizar mais um encontro com o líder norte-coreano para tratar de detalhes da iniciativa. Ele disse ainda que, na próxima semana, autoridades americanas devem discutir com Pyongyang como colocar as mudanças em prática. “Não se pode garantir nada, mas posso dizer que a Coreia do Norte quer fazer o acordo”.

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    Sobre os custos do processo de desnuclearização, Trump disse que a Coreia do Sul e o Japão terão de ajudar e que os Estados Unidos também devem contribuir. Segundo ele, a Coreia do Norte possui um arsenal “substancial” de armas nucleares.

    A agência de monitoramento nuclear da ONU elogiou o acordo entre as duas nações e se colocou a disposição para realizar atividades de verificação. “A Agência Internacional de Energia Atômica (AIEA) está pronta para desempenhar qualquer atividade de verificação na RPDC que pode ser solicitada a conduzir pelos países envolvidos, sujeita à autorização do conselho diretor da AIEA”, disse o diretor-geral da agência, Yukiya Amano, em comunicado.

    Manobras militares

    Os exercícios anuais entre Estados Unidos e Coreia do Sul também foram temas importantes da reunião. Eles causam desconforto na Coreia do Norte, que sempre os interpretou como provocação. O presidente americano concordou que eles podem ser provocativos e por isso anunciou seu fim.

    Além disso, ele afirmou que o fim dos exercícios permitirá economizar milhões de dólares, mas ressaltou que não será reduzida a capacidade nuclear. Lembrou ainda que deseja retirar soldados do exterior e levar de volta aos Estados Unidos, mencionando os 28.500 militares americanos atualmente na Coreia do Sul.

    No mês passado, a realização desses exercícios em conjunto com a Coreia do Sul resultou na suspensão de uma reunião com altos funcionários das duas Coreias e causou temor de cancelamento da cúpula de Singapura.

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    Outras questões

    Trump disse ainda que desenvolveu uma relação “muito boa” com Kim, durante o encontro. Além do que consta no documento final assinado, outros temas foram negociados, explicou. Trump agradeceu aos líderes de Coreia do Sul, Japão e China por seu envolvimento para que houvesse avanços no diálogo com Pyongyang.

    Perguntado sobre a questão dos direitos humanos na Coreia do Norte, inicialmente Trump disse que o tema foi levantado “de modo relativamente breve” com Kim. Mais adiante, afirmou que o assunto foi discutido de maneira mais prolongada, notando que a situação no país “é bastante dura, sem dúvida”. De acordo com ele, a Coreia do Norte concordou em devolver os restos mortais de pessoas mortas em conflitos, como na Guerra da Coreia. Ele lembrou que essa é uma demanda antiga do Japão e que ouve frequentemente esse pedido de familiares de militares que morreram em território norte-coreano.

    A respeito do futuro da Coreia do Norte, Trump afirmou que caberá aos norte-coreanos decidir que modelo pretendem seguir, citando o fato de que o país tem praias e poderia construir hotéis e receber clientes da região. “Pense nisso da perspectiva imobiliária”, comentou ele, que fez sua carreira nos negócios como empresário no setor.

    O presidente americano revelou que, na semana passada, estavam prontas novas sanções contra a Coreia do Norte, mas ele optou por não impô-las. O argumento foi de que seria “desrespeitoso” fazer isso às vésperas da cúpula com Kim.

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    (Com Estadão Conteúdo)

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