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Quantidade de plástico nos oceanos pode triplicar até 2040

Estudo inédito aponta que volume de utensílios descartáveis, que prejudicam vida marinha, poderia se igualar ao peso de três milhões de baleias azuis

Por Ricardo Ferraz 24 jul 2020, 11h37
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  • A pandemia de coronavírus fez o consumo de material descartável, como luvas, mascaras, talheres, pratos e embalagens (principalmente de comida) crescer consideravelmente. Se esses itens, por um lado estão, ajudando a impedir a proliferação do vírus, de outro, contribuem para poluir ainda mais os oceanos, que já vinham sofrendo com o depósito irregular desse tipo de material. Segundo a ONG Associação Internacional de Resíduos Sólidos. Máscaras e luvas de látex estão indo parar em praias remotas da Ásia todos os dias.

    Um dos estudos mais detalhados sobre o tema foi realizado pelo Pew Charitable Trusts , um instituto de pesquisas independente. Publicado nesta quinta-feira, 23, o relatório alerta que a quantidade de resíduo plástico no oceanos pode triplicar nos próximos 20 anos. A pesquisa alerta que, se nenhuma ação for tomada, a quantidade de plástico depositada nos mares por ano aumentará de 11 milhões de toneladas para 29 milhões, deixando um acúmulo de 600 milhões de toneladas à deriva nos oceanos até 2040 – o peso é equivalente a três milhões de baleias azuis.

    “A poluição plástica é algo que afeta a todos. Não é algo do tipo ‘o problema é seu, não meu’. Não é problema de um país. É problema de todos”, disse Winnie Lau, gerente sênior do Pew e coautora do estudo. “Piorará se não fizermos nada”, completa.

    A quantidade de resíduo plástico produzido anualmente vem aumentando rapidamente desde 1950. Em 2017, foram fabricados 348 milhões de toneladas de plástico para as mais diversas aplicações. O número deve dobrar até 2040, estima o documento.

    O plástico no oceanos pode sufocar golfinhos e tartarugas e matar baleias que acabam ingerindo sacolas e outros utensílios descartáveis. Mas o maior impacto está na decomposição do material. Os micro-plásticos – partículas invisíveis a olho nu – podem impactar a vida de micro organismos essenciais para o balanço ecológico dos mares, prejudicando cadeias alimentares inteiras.

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    Além de denunciar o problema, os cientistas e especialistas da indústria também apontam soluções que poderiam cortar em mais de 80% o volume projetado de plástico destinado aos oceanos: “Impedir a grande maioria do plástico de entrar no oceano requer reduzir o uso de plástico, encontrar substitutos para o plástico, melhorar as práticas de reciclagem, expandir a coleta de resíduos e garantir que as instalações de descarte impeçam o vazamento de plástico como uma medida transitória”, diz o relatório. 

    Mas os cientistas dizem que isso só será possível com engajamento da sociedade civil, dos governos e das empresas ao redor do mundo.

    (com Reuters)

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