Quase 1.000 ucranianos se renderam na siderúrgica em Mariupol, diz Rússia
A maioria dos soldados da usina de Azovstal que se entregaram segue detida em território da região separatista pró-Moscou
O Ministério de Defesa da Rússia afirmou nesta quarta-feira, 18, que 959 soldados ucranianos se renderam na siderúrgica Azovstal, em Mariupol, na Ucrânia, desde que a usina caiu sob controle russo na segunda-feira 16. A “missão de combate” das forças ucranianas no complexo foi, durante semanas, o último reduto de resistência em uma cidade ocupada pelo Exército russo.
O porta-voz do ministério, major-general Igor Konashenkov, informou que, entre os quase 1.000 soldados que saíram da usina, oitenta estavam feridos. Cerca de 51 pessoas foram encaminhadas ao hospital de Novoazovsk, que fica na região separatista da República Popular de Donetsk (RPD).
Konashenkov disse que, só no último dia, 694 “militantes” ucranianos se renderam em Azovstal. A RPD deu números semelhantes, dizendo que, ao todo, 962 soldados ucranianos se renderam desde 16 de maio.
A contagem russa não pôde ser verificada de forma independente.
O lado ucraniano não deu uma atualização sobre o número de pessoas que deixaram Azovstal nem sobre o status das negociações para a troca de prisioneiros russos.
A maioria dos soldados do Azovstal parece ter sido levada para Olenivka, uma cidade perto da linha de frente, mas em território controlado pela RPD.
Na terça-feira 17, o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, disse que continua as negociações sobre a evacuação dos últimos soldados da siderúrgica com a Rússia. A Ucrânia disse que espera realizar uma troca de prisioneiros de guerra russos pelos soldados gravemente feridos.
No entanto, segundo Denis Pushilin, líder da RPD, o destino dos soldados ucranianos que se renderam na usina deve ser decidido no tribunal.
“Se um adversário depôs suas armas, seu destino é decidido por um tribunal”, disse. “Se este é um criminoso nazista, então por uma corte marcial.”
A maioria dos soldados de Azovstal que se renderam seguem detidos em território da RPD. Na terça-feira, investigadores russos anunciaram que iriam interrogar aqueles descritos como “os militantes rendidos” que foram evacuados da fábrica de Azovstal.