Queda de avião na Rússia: companhia aérea acumulava violações graves de segurança
Acidente matou todas as 48 pessoas a bordo e envolveu aeronave modelo Antonov An-24, da era soviética

Uma visita de fiscalização pontual da Angara Airlines, operadora do avião modelo Antonov An-24 que caiu no leste da Rússia na quinta-feira, matando todas as 48 pessoas a bordo, revelou graves violações de segurança um mês antes. As informações foram reveladas pelo jornal russo Izvestia nesta sexta-feira, 25.
Citando documentos obtidos dos órgãos reguladores de companhias aéreas do país, o Izvestia afirmou que inspetores de segurança de transporte realizaram uma visita pontual à Angara em junho, que revelou problemas relacionados à manutenção de seus aviões.
Oito aviões da companhia foram temporariamente paralisados devido à inspeção, informou o jornal, e quatro de seus técnicos foram temporariamente proibidos de realizar inspeções técnicas.
Investigação sobre as causas do acidente
Com 49 anos de idade, o avião caiu enquanto se preparava para o pouso, num incidente que destacou o uso contínuo pela Rússia de aeronaves antigas da era soviética e levantou questões sobre sua viabilidade. Tudo num contexto em que as sanções internacionais contra Moscou, por conta da guerra na Ucrânia, limitam o acesso a investimentos e peças de reposição.
O Ministério dos Transportes russo afirmou nesta sexta-feira que os órgãos reguladores de aviação e transporte do país, antes de tomar uma decisão sobre o futuro da Angara Airlines, investigariam as atividades da empresa privada para verificar se atende aos padrões federais de aviação antes de tomar uma decisão sobre seu futuro.
Também nesta sexta, Vasily Orlov, governador da região de Amur, onde o avião caiu, declarou que investigadores estavam no local do acidente para estudar as evidências e que havia duas teorias principais sobre a causa da queda: falha técnica e erro do piloto. Segundo ele, as caixas-pretas do avião foram recuperadas e enviadas a Moscou para análise.