Passageiros disseram ter visto o avião russo que fez um pouso de emergência na tarde de domingo 5 ser atingido por um raio momentos antes de sua queda.
A aeronave, um Sukhoi Superjet-100, deixou o aeroporto de Sheremetyevo, em Moscou, às 18:02 no horário local (12:02 no horário de Brasília), com destino à cidade de Murmansk. Pouco depois da decolagem, sua equipe pediu para voltar à pista por “falhas” devido às condições climáticas.
O piloto tentou pousar duas vezes. Na primeira, estava em uma velocidade alta demais e na segunda os sistemas automáticos falharam, causando o incêndio, segundo informações da agência russa Interfax. As testemunhas começaram a escapar do avião em chamas 55 segundos depois do pouso forçado mas 41 dos 78 passageiros morreram no acidente.
Autoridades russas não comentaram as alegações sobre a influência do raio e lembraram que aviões modernos são projetados para resistir a tempestades do tipo. A agência de aviação do país afirmou apenas que o jato da companhia Aeroflot havia retornado para a pista pouco depois da decolagem por “problemas técnicos.”
Apesar da falta de confirmação, alguns dos cinco membros da tripulação também alegaram que um raio teria interrompido a comunicação entre o piloto do avião e a torre de controle.
Vídeos do pouso mostram a aeronave chegando ao aeroporto de maneira instável, na pista antes de irromper em chamas. Duas crianças e uma das aeromoças estão entre as vítimas. O governador de Murmansk, Andrey Chibis, disse em um post no Facebook que 26 dos mortos eram nativos da região.
As caixas-pretas do jato, que registram os dados de voo e as conversas da cabine de controle, já foram recuperadas e entregues à equipe de investigação.
“Nós haviamos acabado de decolar quando o avião foi atingido por um raio. O pouso foi difícil, quase desmaiei de medo.” afirmou um dos sobreviventes, Pyotr Yegorov, de acordo com a BBC.
Outro dos passageiros, Mikhail Savchenko, disse ter conseguido escapar do incêndio depois de ter saltado de uma das saídas de emergência próximas ao bico da aeronave. As chamas estavam concentradas na parte traseira.
“Só estou vivo graças às comissárias de bordo. As garotas ficaram no meio da fumaça, estava escuro, extremamente quente, mas elas ajudaram as pessoas a ir às rampas de emergência”, declarou o tripulante Dmitry Khlebushkin.
De acordo com uma entrevista da comissária Tatyana Kasatkina ao jornal russo Lenta, as pessoas já estavam deixando seus assentos em direção às portas com o avião ainda no ar. Depois do pouso forçado, os passageiros gritavam e ligavam para parentes enquanto as chamas tomavam a parte de trás.
“Tudo aconteceu muito rápido, em segundos. Eu estava forçando os passageiros para fora, peguei cada um pelo colarinho para que não atrasassem a retirada”, contou a funcionária.