Quênia: Justiça invalida eleição presidencial e pede nova votação
Em 2007, uma briga por causa dos resultados da eleição foi seguida por um princípio de guerra civil, na qual mais de 1.200 pessoas morreram
A Suprema Corte do Quênia declarou inválida nesta sexta-feira a vitória do presidente Uhuru Kenyatta em razão de irregularidades cometidas pela comissão responsável pela eleição. Os juízes determinaram a realização de uma nova votação em sessenta dias.
É a primeira decisão do tipo na história do país, que forçará Kenyatta, até então reeleito, a enfrentar novamente o líder de oposição, Raila Odinga.
Maior economia do leste da África, o Quênia faz fronteiras com Uganda, Tanzânia e Somália e tem um histórico de eleições conflituosas. Uma briga por causa dos resultados do pleito de 2007, cujo resultado acabou contestado por Odinga após sua derrota, foi seguida por um princípio de guerra civil na qual mais de 1.200 pessoas morreram.
O veredicto da Suprema Corte foi apoiado por quatro de seis juízes do tribunal. “O primeiro inquirido (o comitê eleitoral) fracassou, negligenciou, ou se recusou a conduzir a eleição presidencial de uma maneira consistente com o que dita a Constituição”, disse um dos magistrados.
O advogado de Kenyatta, Ahmednasir Abdullahi, negou os crimes da comissão eleitoral e afirmou que a decisão foi política. O mais importante, porém, é que afirmou que a decisão será respeitada. A declaração é relevante, pois mostra que a posição do atual governo, ao menos até o momento, não é de estimular um conflito que poderia provocar uma nova onda de violência.
Odinga disputou as últimas três eleições e perdeu todas as vezes. Após cada uma, o político alegou que os votos haviam sido manipulados. Em 2013, a Suprema Corte dispensou sua petição. Desta vez, sua equipe focou em provar que o processo de contagem e transmissão dos resultados foi falho, em vez de provar quanto dos votos foram manipulados.
(Com Reuters)