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Raúl Castro fala pela 1ª vez sobre restrições de Trump a Cuba

Ditador cubano diz que não precisa 'receber lições' sobre direitos humanos dos Estados Unidos

Por Da redação
Atualizado em 4 jun 2024, 19h05 - Publicado em 14 jul 2017, 20h55
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  • O ditador cubano Raúl Castro declarou nesta sexta-feira que Cuba tem muitas conquistas para se orgulhar em matéria de direitos humanos e “não tem de receber lições dos Estados Unidos nem de ninguém”, em sua primeira menção pública à mudança de política do governo de Donald Trump para a ilha. Em discurso perante o plenário do Parlamento cubano, Raúl Castro considerou essas medidas uma “intensificação do cerco unilateral” e advertiu que qualquer estratégia destinada a “destruir a Revolução mediante a coerção ou outros métodos sutis” fracassará .

    O cubano, segundo a imprensa estatal, qualificou de “retrocesso” na relação bilateral as medidas anunciadas por Trump em 16 de junho em Miami, que submetem os vínculos com a ilha ao respeito aos direitos humanos, à realização de eleições livres e à liberdade de presos políticos. A imprensa estrangeira não tem acesso aos encontros bianuais da Assembleia Nacional.

    O governo de Trump endureceu algumas das disposições do embargo econômico sobre Cuba que o seu antecessor, Barack Obama, flexibilizou como parte da reaproximação diplomática entre Cuba e EUA iniciada em dezembro de 2014. Entre as mudanças adotadas pelo atual presidente dos EUA estão a proibição a americanos de fazer negócios com empresas vinculadas ao conglomerado estatal Gaesa, considerado o braço econômico das Forças Armadas Revolucionárias e com interesses comerciais em muitos setores, especialmente o turismo.

    Trump também anunciou a intenção de impor novas restrições às viagens de americanos a Cuba, que, mesmo ainda não podendo viajar como turistas, já se tornaram o segundo mercado emissor de visitantes à ilha graças às facilidades que Obama pôs aos contatos “povo a povo”. Para Raúl Castro, essas medidas – que serão anunciadas formalmente pelo Escritório de Controle de Ativos Estrangeiros (OFAC, na sigla em inglês) no dia 15 de setembro – implicam “o retorno de uma retórica velha e hostil, própria da Guerra Fria“.

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    O ditador insistiu que as decisões de Trump desconhecem o apoio de amplos setores americanos e da maioria do exílio cubano à suspensão “do bloqueio econômico, comercial e financeiro e à normalização de vínculos, enquanto que satisfazem um pequeno grupo da Flórida“.

    Raúl Castro, que diz que deixará o comando de Cuba em fevereiro de 2018, reafirmou a vontade da ilha de prosseguir o diálogo e a cooperação com os Estados Unidos e a negociação de assuntos pendentes “sobre a base da igualdade e o respeito à soberania e independência cubana”. “Cuba e Estados Unidos podem cooperar e conviver respeitando as diferenças e promovendo tudo aquilo que beneficia seus povos”, disse Castro.

    (com EFE)

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