Representantes dos rebeldes sírios iniciaram uma nova rodada de conversações com autoridades da Rússia nesta terça-feira (03) sobre um possível acordo de paz no sul da Síria.
O compromisso tem o objetivo de convencer os militantes contrários ao governo de Bashar Assad a entregarem suas armas. Também permitiria que militares russos entrassem em cidades controladas pelos rebeldes, segundo Ibrahim al Jabawi, porta-voz da oposição.
Jabawi disse ainda que os rebeldes levaram para a mesa de negociações sua “resposta a uma lista de demandas russas” que, além da entrega das armas, estabelece o fim dos combates.
Os negociadores da oposição também concordaram em expandir sua equipe para uma delegação de doze pessoas. Os novos membros representarão os rebeldes das áreas mais a oeste do país, já que anteriormente se negociava apenas com grupos da província de Daraa, no sul da Síria.
As demandas russas foram apresentadas aos rebeldes pela primeira vez em uma reunião no sábado 30. Os grupos da oposição, contudo, abandonaram as discussões repentinamente por considerar que os pedidos eram humilhantes.
Segundo fontes diplomáticas, os rebeldes foram persuadidos pela Jordânia a retornar à mesa de negociações nesta terça.
Avanço do regime
Apesar da breve pausa nos diálogos, no domingo 1º as forças de Bashar Assad recuperaram o controle de várias localidades no sul da Síria como resultado das negociações prévias, segundo o Observatório Sírio dos Direitos Humanos (OSDH).
“Neste domingo, foram fechados cinco novos acordos de ‘reconciliação’, nas localidades de Al Mseifra, Kahil, Sahwe e Al Yize, assim como na cidade de Basra al Sham”, afirmou o diretor do OSDH, Rami Abdel Rahman.
As forças de Assad deflagraram em 19 de junho, com o apoio da aviação russa, uma grande ofensiva para recuperar setores rebeldes na província de Daraa, considerada o marco da ocupação contrária ao regime em Damasco.
Segundo o OSDH, o regime já controla quase 60% dessa província, que faz divisa com a Jordânia e as Colinas de Golã, ocupadas em parte por Israel. A cidade de Daraa segue dividida entre os rebeldes e as forças pró-regime.
Os ataques aéreos e os combates deste domingo na região de Tafas, no noroeste da província, deixaram dez rebeldes e sete combatentes pró-regime mortos, segundo Abdel Rahman.
Desde 19 de junho, as forças do regime perderam 117 homens, contra 74 entre os rebeldes, de acordo com o OSDH, que também informa 132 civis mortos, sendo 25 crianças.
“Durante o domingo foram lançados 22 ataques contra Tadas, e após o bombardeio aéreo ocorreu – no fim da tarde – uma troca de disparos de artilharia”, disse Abdel Rahman.
No restante da província de Daraa “se mantém um cessar-fogo desde às 19 horas (13 horas de Brasília) de sábado para facilitar as negociações”.
(Com Reuters e AFP)