O rei Mswati III da Suazilândia surpreendeu sua própria população ao anunciar na quarta-feira (18) que decidiu renomear o país para Reino de eSwatini (com o “e” minúsculo antes do “s” maiúsculo, conforme normas ortográficas da língua suazi local). O monarca já utilizava essa nomenclatura há alguns anos, mas agora decidiu oficializar a alteração.
A mudança foi anunciada durante a celebração dos 50 anos de independência da nação. A cerimônia também marcou o aniversário de 50 anos do rei.
“Países africanos reverteram a seus nomes pré-coloniais ao conquistaram sua independência”, afirmou Mswati III durante o evento em um estádio na cidade de Manzini, a segunda maior do país. “Então a partir de agora o país será oficialmente conhecido como Reino de eSwatini”.
O nome significa “lugar dos suazis” e é a tradução de Suazilândia na língua suazi. A antiga nomenclatura irritava alguns cidadãos, uma vez que é uma mistura de suazi e inglês.
A minúscula nação na África Austral ganhou a independência total em 1968, após domínio britânico desde o início dos anos 1900. Mas, ao contrário de outras nações, não havia modificado seu nome ainda.
Mswati III já usava o nome eSwatini para seu reino em discursos oficiais. O monarca utilizou o novo nome quando se dirigiu à Assembleia-geral da ONU em 2017 e durante a sessão de abertura do Parlamento suazi em 2014.
Monarquia absoluta
O rei, coroado em 1986 aos 18 anos, governa por decreto o país, que é considerado por muitos a última monarquia absoluta da África.
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Desde 1973, a participação de partidos políticos nas eleições é proibida, embora eles ainda possam existir. Para concorrer a cargos públicos, os candidatos devem ser independentes e, se eleitos, devem ser aprovados pelo rei antes de tomarem posse como membros do Parlamento.
O país, que tem uma população de cerca de 1,3 milhão de pessoas, tem a maior taxa de HIV do mundo, com 27% dos adultos infectados.
A alteração no nome da nação pode significar que a Constituição do país deverá ser reescrita e também implicar em mudanças para a Polícia Real da Suazilândia, a Força de Defesa da Suazilândia e a Universidade da Suazilândia.
Outras mudanças de nome
A República Tcheca registrou o nome Tchéquia em 2016, em uma tentativa de facilitar e encurtar a nomenclatura do país. O novo nome, contudo, não parece ter conquistado muitas pessoas no país ou mundo afora. Ainda assim, as Nações Unidas registraram a mudança em seus bancos de dados e o governo tcheco encoraja outras nações a usá-la.
A Macedônia também enfrenta polêmicas sobre seu nome. O país teve de se registrar na ONU como Antiga República Iugoslava da Macedônia (FYROM, na sigla em inglês), após pressão da Grécia.
O governo grego argumenta que o nome constitucional República da Macedônia refere-se a uma região dentro de seu território e que seu uso poderia suscitar reclamações territoriais consideradas inaceitáveis.
A maioria das organizações internacionais adotou a mesma convenção de nome da ONU, inclusive a OTAN, o FMI e o COI. Porém, um número crescente de países tem abandonado a referência nos últimos anos.
(Com AFP)