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Reino Unido apaga tuíte que acusava a Rússia de envenenar Skripal

O governo britânico afirma que ainda acredita que os russos estejam por trás do ataque; mensagem apagada diz que análises confirmam origem russa do produto

Por Da redação
4 abr 2018, 13h52

O Ministério das Relações Exteriores do Reino Unido excluiu uma postagem em seu perfil no Twitter que culpava a Rússia por produzir o agente químico usado em um ataque ao ex-espião Sergei Skripal e sua filha, Yulia, no início de março. A publicação afirmava que especialistas em armas químicas britânicos confirmaram que o produto era um “agente [químico] nervoso Novichok de grau militar produzido na Rússia”.

Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores confirmou ao canal de televisão americano CNN nesta quarta-feira que o tuíte foi removido. Ele disse que o motivo era que a mensagem “não relatou com precisão” uma fala do embaixador britânico em Moscou, Laurie Bristow, no mês passado.

Na ocasião, Bristow disse que “os analistas de Porton Down, o Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa no Reino Unido, estabeleceram e deixaram claro que se tratava de uma arma química de nível militar. Uma das séries Novichok; um agente [químico] nervoso, como eu disse, produzido na Rússia”.

O Ministério de Relações Exteriores, no entanto, parafraseou o comentário em um tuíte feito “em tempo real”, escrevendo que “Análises feitas por especialistas de referência mundial do Laboratório de Ciência e Tecnologia de Defesa em Porton Down deixaram claro que se tratava de um agente [químico] nervoso Novichok de grau militar produzido na Rússia”.

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Apesar de que a série Novichok é sabidamente de origem russa e foi criada pela União Soviética durante a Guerra Fria, como afirmou o embaixador britânico, o chefe do laboratório de Porton Down, Gary Aitkenhead, disse nesta terça-feira que não foi possível determinar a origem exata do agente neurotóxico usado para envenenar o ex-espião russo.

“Fomos capazes de identificar que se trata de Novichok, de identificar que foi um agente neurotóxico de tipo militar”, afirmou em uma entrevista à Sky News. “Mas não identificamos sua origem exata”, acrescentou.

O governo britânico insistiu que material adicional de fontes de inteligência levou à conclusão de que a Rússia estava por trás do ataque. Um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores disse que a decisão de excluir as mensagens da rede social não mudou a avaliação do governo do Reino Unido de que os russos eram responsáveis pelo “ato corajoso e imprudente” de envenenar os Skripals.

Pedido de desculpas

As autoridades russas, por sua vez, que têm repetidamente negado o envolvimento no ataque e chegaram a culpar Londres pelo ocorrido, exigiram um pedido de desculpas do governo britânico após as acusações. A embaixada russa em Londres, ao perceber que o Reino Unido deletou a mensagem condenatória, postou na rede social: “Por que @foreignoffice deletaria este tuíte de 22 de março?”

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“Sua teoria não se confirmará em nenhuma hipótese porque é impossível confirmá-la”, declarou o porta-voz do Kremlin, Dmitri Peskov, nesta quarta-feira. “O ministro britânico das Relações Exteriores, que acusou o presidente Vladimir Putin, e a primeira-ministra terão que olhar, de uma forma ou outra, nos olhos de seus colegas da União Europeia e de uma maneira ou outra pedir desculpas à Rússia.”

 

O Reino Unido e seus aliados, incluindo os Estados Unidos, França e Alemanha, expulsaram mais de 100 diplomatas russos de seus países devido ao envenenamento, levando a uma série de reações recíprocas para mandar embora diplomatas estrangeiros na Rússia.

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