O governo do Reino Unido anunciou nesta quinta-feira (26) a legalização do uso medicinal da maconha. Os médicos do país poderão prescrever produtos medicinais derivados da maconha a partir do outono no hemisfério norte, primavera no Brasil.
O uso recreativo continuará sendo proibido.
A decisão vem na sequência de um caso de grande repercussão de um menino de 12 anos com epilepsia grave que não teve permissão de usar óleo de maconha. O episódio deu início a um debate nacional e a uma revisão de especialistas.
“Casos recentes envolvendo crianças doentes deixaram claro para mim que a nossa posição a respeito de produtos medicinais relacionados à maconha não era satisfatória”, informou o ministro do Interior, Sajid Javid.
“Seguindo os conselhos de dois grupos de conselheiros independentes, tomei a decisão de reclassificar os produtos medicinais relacionados à maconha – o que significa que eles estarão disponíveis mediante receita médica.”
Agora, o Departamento de Saúde e Assistência Social e a Agência Reguladora de Medicamentos e Produtos de Saúde precisam desenvolver “uma definição clara do que constitui um medicamento derivado da cannabis” para que possam ser vendidos e prescritos legalmente.
Cientistas dizem haver cada vez mais indícios de que a erva pode amenizar a epilepsia e outras doenças, como dores crônicas, esclerose múltipla e enjoo provocado por quimioterapia, o que vem aumentando o interesse por esse campo.
No mês passado, a GW Pharmaceuticals, que passou 20 anos desenvolvendo remédios à base de maconha, recebeu a aprovação da Agência de Alimentos e Drogas dos Estados Unidos para produzir o primeiro medicamento derivado da planta.
(Com Reuters)