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Reino Unido revoga tratado de extradição com Hong Kong

Medida faz parte de onda de reação de países do ocidente, desde que governo chinês impôs lei que ataca liberdades individuais na ilha

Por Da Redação
Atualizado em 20 jul 2020, 16h56 - Publicado em 20 jul 2020, 16h01

O Reino Unido anunciou nesta segunda-feira, 20, que suspenderá seu tratado de extradição que mantinha com Hong Kong. A medida é mais um episódio da recente disputa entre o governo britânico e a China, em torno da nova lei de segurança nacional que Pequim recentemente impôs ao território semi-autônomo e ex-colônia britânica. Londres justificou o ato afirmando que pessoas extraditadas para Hong Kong poderiam ser julgadas na China continental, um dispositivo previsto na nova legislação.

“Não consideraremos reativar esses acordos [de extradição] até que haja garantias capazes de impedir que a extradição do Reino Unido seja usada indevidamente sob a nova legislação de segurança nacional”, disse o ministro das Relações Exteriores, Dominic Raab, nesta segunda-feira ao Parlamento britânico.

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A decisão, porém, tem caráter bem mais de um ataque simbólico do que prático, já que as extradições entre o Reino Unido e Hong Kong são “extremamente raras”. A medida se encaixa em uma onda de reações de governos ocidentais à nova lei de segurança nacional. Além do Reino Unido, Austrália e Canadá também suspenderam tratados de extradição com Hong Kong no início de julho.

Na semana passada, o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, revogou o tratamento comercial especial concedido pelos Estados Unidos ao território. Assim Hong Kong passou a estar sujeita às mesmas sanções americanas impostas contra a China continental.

Trump, no mesmo dia, ainda assinou um pacote de sanções – como concessão de vistos – contra algumas autoridades chinesas responsáveis por implementar a lei de segurança nacional.

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Em alusão a esta medida do governo americano, parlamentares britânicos pressionaram nesta segunda-feira seu ministro das Relações Exteriores por sanções direcionadas contra indivíduos.

“Vamos pacientemente reunir as evidências. [Isso] leva meses”, respondeu Raab.

A China, que enfrenta outra discussão diplomática com o Reino Unido referente à regulamentação da tecnologia 5G, já ameaçou responder à altura caso cidadãos chineses sofram retaliações pelo governo britânico.

“Se o governo do Reino Unido for tão longe [ao ponto de] impor sanções a qualquer indivíduo na China, [o governo chinês] certamente dará uma resposta ferrenha”, ameaçou o embaixador da China no Reino Unido, Liu Xiaoming, em uma entrevista à emissora britânica BBC no domingo 19.

Eleições em Hong Kong

Hong Kong realizará eleições para o Conselho Legislativo (Legco), principal órgão legislativo da região administrativa especial, em 6 de setembro.

A votação será a primeira oportunidade dos manifestantes críticos a Pequim de tentar recuperar alguma influência política no Legco.

Apenas metade dos assentos do Legco, porém, são eleitos diretamente, enquanto a outra metade é dividida entre indicações de várias organizações cívicas e nomeações de Pequim.

Um dos líderes da onda de manifestações em 2019 pró-autonomia de Hong Kong, Joshua Wong, confirmou nesta segunda-feira que se candidatará a um assento no Legco.

“Com a possibilidade de enfrentar uma sentença de prisão perpétua, ainda espero receber o mandato das pessoas e deixar o mundo saber que continuaremos lutando até nosso último suspiro”, disse Wong que já foi detido mais de uma vez devido a sua participação em protestos desde meados de 2019 e pode ser julgado com base na nova lei.

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(Com Reuters)

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