Reino Unido se diz ´preparado´ para deixar UE, mesmo sem acordo
Jornal britânico denuncia que, sem acordo com os europeus, Porto de Dover entrará em colapso no primeiro dia do Brexit
O Reino Unido estará “totalmente preparado” caso não consiga chegar a um acordo com Bruxelas sobre sua saída da União Europeia, o chamado Brexit. O gabinete da primeira-ministra britânica, Theresa May, informou nesta segunda-feira (09) que a ausência de um pacto não provocará escassez de recursos básicos, como os alimentos.
Uma fonte da residência oficial de Downing Street qualificou como “falsas” as informações sobre possíveis problemas de escassez no Reino Unido. O jornal The Sunday Times publicara ontem sobre a possível falta de remédios, combustíveis e alimentos se o Reino Unido abandonar o bloco europeu, em 29 de março de 2019, sem antes ter alcançado um novo acordo com o bloco europeu.
Segundo o jornal, o Porto de Dover entraria em colapso no primeiro dia do Brexit, e os supermercados da Cornualha e da Escócia ficariam sem comida em apenas dois dias. O porto é um dos mais movimentados do mundo em cargas, passageiros e veículos.
“O Ministério para a Saída da União Europeia investiu bastante trabalho e planejamento nos cenários de falta do acordo, especialmente no que se refere aos portos, e sabemos que nada disso chegaria a acontecer”, rebateu a fonte.
A mesma fonte indicou que o governo britânico confia na conclusão de um “bom acordo” com a União Europeia, “de interesse” das duas partes, até outubro. A próxima reunião de líderes da União Europeia, nos dias 28 e 29 de junho, será importante para sinalizar a possibilidade desse consenso ser alcançado em quatro meses.
A dificuldade nas negociações está concentrada em dois tópicos: a definição da situação aduaneira britânica no comércio com a União Europeia e a questão da fronteira entre a Irlanda, parte do bloco europeu, e a Irlanda do Norte, parte do Reino Unido.
Essa segunda questão é a mais delicada porque, sem uma clara definição, poderá comprometer os Acordos de Paz de 1998, que acabaram com três décadas de confrontos na Irlanda do Norte.
(Com EFE)