Membros do Partido Republicano, nos Estados Unidos, têm afirmado nos últimos dias que as eleições de meio de mandato, realizadas na semana passada, foram prejudicadas por fraudes.
A situação se tornou especialmente tensa nos estados da Flórida e do Arizona. No primeiro, a recontagem dos votos nas eleições para senador e governador irritaram os republicanos, especialmente o presidente Donald Trump.
Em entrevista à imprensa antes de partir para Paris para participar do aniversário do armistício da Primeira Guerra Mundial (1914-1918), na sexta-feira 9, Trump atacou a lenta apuração nos condados de Broward e Palm Beach, de tendência democrata, que puseram em dúvida o resultado final das corridas pelo Senado e pelo governo.
Os dois condados, que têm um histórico de processos controvertidos de apuração, ainda não deram uma estimativa da quantidade de cédulas que faltam ser contabilizadas. Ao ser perguntado se o governo federal interviria, Trump disse que “poderia haver” participação.
“Se olhar para o Condado de Broward, eles têm uma história horrível e se olhar para a pessoa, neste caso a mulher envolvida, ela tem uma história horrível”, disse Trump, referindo-se a Brenda Snipes, supervisora eleitoral nesse território.
“De repente, estão encontrando votos do nada”, afirmou Trump, afirmando que a vantagem do republicano Rick Scott, candidato ao Senado, caiu com cada lote de votos notificados por estes dois condados fortemente democratas.
Em um tuíte posterior, Trump chamou Marc Elías – advogado contratado pelo democrata Bill Nelson, rival de Scott, para assessorá-lo no processo – de “melhor advogado de roubo de eleições” e afirmou que foi só depois que ele chegou que “milagrosamente começaram a ser encontrados votos democratas”.
Em outra publicação através da rede social, o presidente pediu aos moradores da Flórida para não se preocupar: “Mandarei muitos melhores advogados para expor a FRAUDE!”, disse Trump.
À medida que a apuração avança na Flórida, a margem entre Scott e Nelson caiu para menos de 0,5%, o que obriga por lei que todas as cédulas voltem a ser contadas para se certificar quem é o ganhador. Uma situação similar ocorre na disputa pelo governo, entre o candidato republicano Ron DeSantis e seu rival democrata, Andrew Gillum.
Scott também acusou Nelson de “cometer fraude para tentar ganhar estas eleições”, em um programa da emissora Fox News neste domingo 11. Segundo ele, um processo foi aberto pelos republicanos contra Brenda Snipes e Susan Bucher, a supervisora eleitoral em Palm Beach, para averiguar qualquer tentativa de burlar a lei eleitoral.
O candidato republicano ao Senado acusa seu oponente de fraude por um outro processo aberto pelos democratas no estado. O objetivo de Nelson e seu partido com a ação é exigir a recontagem de algumas cédulas que apresentaram problemas nas assinaturas.
Os democratas, por outro lado, criticaram a posição dos republicanos nos últimos dias, afirmando que suas denúncias de fraude não passam de “tentativas desesperadas” de candidatos que estão atrás nas corridas eleitorais de reverter os resultados.
Contudo, nesta segunda 12 os resultados parciais apontam que Scott tem 50.08% dos votos, enquanto Nelson aparece com 49,92% dos votos. Para o governo do estado, Ron DeSantis tem 49,59% e Andrew Gillum 49,18% dos votos.
Arizona
Já no Arizona, o Partido Republicano entrou com um processo contra a Secretaria de Estado e os escritórios de registro nos 15 condados estaduais devido ao método como são processados os votos antecipados
A estimativa é que, em nível estadual, ainda não foram processadas 340.000 cédulas, um número considerável neste processo. Nesta segunda-feira, a democrata Kyrsten Sinema está na frente, com 49,57% dos votos, enquanto sua rival republicana Martha McSally tem 48,08% dos votos.
De acordo com documentos apresentados na última hora de quarta-feira 7 diante da Corte Superior do estado do Arizona, os republicanos questionam a forma como os condados verificam as assinaturas de cédulas antecipadas, que foram distribuídas aos eleitores com antecedência e entregues nas urnas no dia das eleições.
Em disputa se encontram particularmente os votos antecipados no condado de Maricopa, o maior no estado e que inclui a capital Phoenix, assim como no condado de Pima, no sul do Arizona, onde se permite aos eleitores validar as cédulas antecipadas até cinco dias depois das eleições.
Os republicanos solicitam à corte que todos os escritórios de registro estabeleçam um protocolo e uma data limite uniforme para que as cédulas sejam processadas, para assim dar as mesmas oportunidades a todos os eleitores.
Trump também afirma que houve fraude nas eleições do estado. “No Arizona, as assinaturas não batem”, afirmou em uma postagem no Twitter, acusando eleitores de terem usado identidades falsas para votar e favorecer os democratas.
“Corrupção eleitoral – Devemos pedir uma nova eleição? Devemos proteger nossa democracia! ”, escreveu.
(Com EFE)