Um restaurante judeu de Chemnitz foi alvo de um ataque de caráter aparentemente antissemita, coincidindo com uma recente manifestação da extrema direita na cidade do leste da Alemanha, onde houve confrontos. Os incidentes foram registrados na noite de 27 de agosto.
“Jogaram vários objetos em mim e alguém gritou: “Porco judeu, fora da Alemanha!'”, relatou o dono do restaurante Schalom, Uwe Dziuballa, de 53 anos.
A Polícia da Saxônia confirmou ao jornal Die Welt que apresentou uma queixa, e um porta-voz do Ministério regional do Interior indicou que, “no momento, o mais plausível” é que se trate de um “ato de motivação política com fundo antissemita”.
Os fatos aconteceram à margem de uma manifestação organizada pela extrema direita para denunciar a presença de migrantes, após o assassinato, na véspera, de um alemão de 35 anos, cujos autores seriam solicitantes de asilo.
Um grupo de cerca de dez pessoas vestidas de preto e com o rosto coberto atacou o restaurante, lançando pedras, garrafas e um tubo de metal contra o estabelecimento.
“Quando ouvi um barulho às 21h50 locais (16h50 em Brasília), saí à rua”, relatou Uwe Dziuballa, que foi ferido por uma pedra nas costas durante o ataque. Ele diz ter sentido “medo”, quando viu os homens mascarados.
“Isso nos traz à memória as piores lembranças dos anos 1930” na Alemanha, declarou o delegado do governo alemão sobre o antissemitismo, Felix Klein, ao Die Welt.
O proprietário do restaurante abriu o estabelecimento em 2000, após ter deixado os Estados Unidos. Garante que, desde então, é a primeira vez que sofre um incidente similar.
(Com AFP)