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Resultado de eleição na Turquia é adiado a pedido do partido de Erdogan

Aliados presidente turco acusam a contagem de 300.000 votos inválidos na eleição em Istambul: apuração deve terminar em 11 de abril

Por Da redação
Atualizado em 2 abr 2019, 12h44 - Publicado em 2 abr 2019, 12h00
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  • O anúncio dos resultados oficiais das eleições na Turquia foram adiados para a próxima semana depois que o Partido Desenvolvimento e Justiça (AKP), do presidente Recep Erdogan, entrou com recurso contra a apuração dos votos em Istambul. A disputa e a contagem dos votos foram das mais acirradas d a história do país.

    O chefe da Comissão Eleitoral turca, Sadi Güven, disse nesta terça-feira, 2, que serão analisadas durante a semana as apelações contra o processo eleitoral apresentadas por prefeitos e líderes municipais em trinta cidades, 51 capitais de província e 922 distritos. Os partidos podem submeter seus questionamentos até sexta-feira 5. A declaração deixou implícito que o resultado não sairá até, pelo menos, 11 de abril.

    As tensões no país aumentaram depois que os resultados extraoficiais da votação de domingo 31 indicaram a derrota do partido de Erdogan nas duas maiores cidades da Turquia, Ancara e Istambul, uma situação inédita desde a fundação da legenda, em 2001.

    A vitória do Partido Republicano do Povo (CHP), que agora dominaria as três maiores cidades turcas, foi vista como um sinal de reprovação popular da gestão de crise de Erdogan. O presidente enfrenta a primeira recessão econômica em seus dezesseis anos no poder e vem aumentando suas medidas autoritárias nos últimos anos.

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    O CHP é uma coalizão oposicionista recente, formada para aumentar a capitalização de votos dos turcos insatisfeitos. Em Ancara, em que a apuração já estava mais avançada, a estimativa é de que o candidato da oposição, Mansur Yavaş, tenha 50,9% dos votos. O representante de Erdogan deve angariar 47,1%. O resultado deve encerrar 25 anos de poder do AKP na capital da Turquia.

    A contagem estava mais atrasada em Istambul, onde foi suspensa mais de uma vez. Durante toda a apuração, os resultados prévios mostravam a vitória do oposicionista Ekrem İmamoğlu. O candidato do AKP, o ex-primeiro-ministro Binali Yıldırım, admitiu os 25.000 votos de vantagem do adversário mas acusou a contabilização de 300.000 votos inválidos.

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    Segundo o jornal turco Hurriyet, o partido do atual presidente irá contestar a apuração em todos os 39 distritos de Istambul. Tanto o AKP quanto o CHP se declararam vitoriosos na maior cidade da Turquia. Em sua conta no Twitter, Immaoglu inclusive já agradeceu o apoio de 16 milhões de turcos, apesar da ausência de oficialização.

    A presença ostensiva de Erdogan nos comícios municipais e a cobertura midiática majoritariamente positiva angariaram 50% dos votos para o AKP em escala nacional, mas não foram suficientes para evitar as derrotas previstas nos maiores centros turcos. As alegações de interferência do partido no processo eleitoral e prisões de candidatos da oposição no sudeste de maioria curda pesaram contra os apoiadores do presidente.

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    Os resultados das eleições devem complicar os esforços do governo para combater a recessão da Turquia, que foi oficializada em fevereiro. A inflação do país já bateu os 20%, aumentando o custo de vida local.

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