Uma nova pesquisa divulgada nesta quarta-feira, 11, pela AtlasIntel aponta que a reta final das eleições presidenciais da Argenitna pode ter uma reviravolta inesperada. O candidato governista da União Pela Pátria, Sergio Massa, aparece em primeiro lugar com 30,6% das intenções de votos.
Ele vem seguido de Javier Milei, de A Liberdade Avança, com 25,2%, e Patricia Bullrich, de Juntos Pela Mudança, com 25%, que figuram praticamente empatados. Massa lidera a corrida pouco acima dos limites da margem de erro, que é dois pontos percentuais, para mais ou para menos.
A pesquisa aponta ainda um avanço considerável de Juan Schiaretti, ex-governador de Córdoba, da coalizão Façamos Por Nosso País”, com 11,8%. Já a candidata socialista Myryam Bregman, da Frente de Esquerda, se mantém na lanterna, com 3,9% da preferência do eleitorado. Apenas 2,1% se declararam indecisos. Votos brancos e Nulos somam 1,4%
A pesquisa mostra a força do peronismo na Argentina, apesar da crise que o país atravessa sob a administração de Alberto Fernández, e inverte as duas primeiras posições observadas nas prévias, ocorridas em agosto. Na ocasião, Milei teve 30% dos votos, Massa, 21%, e Bullrich 17%.
A pesquisa AtlasIntel revela que, entre os eleitores que não votaram nas chamadas PASO (Primárias Abertas Simultâneas Obrigatórias), o atual ministro da economia obtém 27,8% do eleitorado. Ele também “rouba” votos da coalizão Juntos Pela Mudança, que apresentou dois candidatos nas prévias. Cerca de 16% dos que optaram por Horácio Larreta – adversário de Bullrich no mesmo campo político -, agora optam por Massa.
“Dentro desses grupos que vemos a maior movimentação, há uma certa indecisão de alguns eleitores. Milei também perde alguns eleitores para Schiaretti, principalmente para os jovens, o que é suficiente para uma mudança. Não ha tanta contrariedade com o que ocorreu nas PASO”, diz Andrei Roman, CEO da AtlasIntel. “Não há nada definido ainda”, pondera.
O levantamento AtlasIntel revela também grande desconfiança do eleitorado em torno da dolarização da economia. Aproximadamente 56% da população se coloca contra a medida, segundo a pesquisa, contra apenas 27% a favor. A medida é a principal bandeira de Milei e tem tomado boa parte das discussões na Argentina, com os adversários do candidato ultraliberal alertando para os perigos de o páis adotar integralmente a moeda americana, abrindo mão do controle da política monetária.
Apesar disso, 54% defendem o fim do “cepo cambiário”, restrição que impede que a população adquira mais do que 200 dólares, pelo câmbio oficial, a cada mês. As eleições têm levado a uma corrida pela aquisição da moeda americana, o que fez os preços dispararem no mercado paralelo, o chamado “dólar blue”. Na terça-feira, ele ultrapassou a marca de mil pesos.
Segundo Turno
A liderança de Massa no primeiro turno, não se confirma para a segunda etapa da eleição. Milei segue derrotando o candidato peronista por um placar apertado: 41% contra 39,3%. Considerando a margem de erro, os dois estão empatados, sugerindo uma disputa muito acirrada, caso os dois avancem.
O resultado é mais elástico no caso de um embate entre Massa e Bullrich. A ex-ministra de Maurício Macri ganharia o segundo turno com 42,3% da preferência do eleitorado, contra 37,2% do peronista.
Burrrich também seria eleita em uma “balotaje”, como os argentinos se referem ao segundo turno, contra Milei. Ela teria 37,4% dos votos, contra 32,3% do anarcocapitalista. Em todos os cenários, o número de votos brancos e nulos seria altíssimo: 19,7% (Massa X Milei); 20,4% (Massa X Bullrich) e 30,3% (Milei X Bullrich)
A pesquisa AtlasIntel ouviu 4 248 pessoas, por meio de formulário digital, entre os dias 8 e 10 de outubro.