Ricardo Salles ironiza Macron com trocadilho
No Twitter, ministro do Meio Ambiente acusou presidente francês de se interessar pela proteção da Amazônia apenas para enfraquecer agronegócio brasileiro
O ministro do Meio Ambiente, Ricardo Salles, foi ao Twitter neste sábado, 24, para atacar o presidente da França, Emmanuel Macron, e fez um trocadilho com o sobrenome do líder estrangeiro.
“Mais fogo em Angola e Congo do que na Amazônia…. e o Mícron não fala nada …. por que será? Será que é por que eles não concorrem com os ineficientes agricultores franceses ?”, escreveu Salles, acusando o presidente francês de se interessar pela proteção da Amazônia apenas para tentar enfraquecer o agronegócio brasileiro.
O ministro compartilhou uma matéria da agência de notícias Bloomberg, que afirma que, apesar da grande repercussão internacional, o Brasil está em terceiro lugar em número de incêndios florestais registrados nas últimas 48 horas, atrás da Angola e da República Democrática do Congo (RDC).
Segundo imagens capturadas pelo satélite MODIS, da Nasa, foram registrados 6.902 incêndios na Angola nos dois últimos dias, comparados a 3.395 na RDC e 2.127 no Brasil.
Emmanuel Macron está na linha de frente da pressão internacional contra o Brasil pelo aumento das queimadas na Amazônia. Segundo dados do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), as queimadas tiveram um acréscimo de 82% de janeiro a agosto de 2019 ante o mesmo período do ano passado. Esta é a maior alta no índice em sete anos.
O presidente francês convocou os líderes das sete maiores economias do mundo a discutirem as políticas ambientais brasileiras na reunião de cúpula do G7, que acontece neste final de semana em Biarritz, na França. Sua posição foi apoiada por outros líderes, como a chanceler da Alemanha, Angela Merkel, o premiê britânico, Boris Johnson, e o primeiro-ministro do Canadá, Justin Trudeau.
Macron também foi mais longe e na sexta-feira 23 anunciou sua oposição ao acordo de livre-comércio assinado entre a UE e o Mercosul, acusando Bolsonaro de ter mentido sobre seus compromissos com o meio ambiente.
Fechado em junho deste ano, depois de mais de 20 anos de negociação, o pacto prevê a implementação das medidas previstas pelo Acordo de Paris sobre o clima, que inclui, entre outros temas, o combate ao desmatamento e à redução da emissão de gases do efeito estufa.
Neste sábado, o presidente do Conselho Europeu, Donald Tusk, aumentou a pressão sobre o governo de Jair Bolsonaro ao afirmar que é “difícil imaginar” um acordo entre Mercosul e União Europeia enquanto o Brasil não controlar as queimadas que avançam na Amazônia.
Conheça os detalhes de cada etapa da história de Ricardo Salles em mais uma edição do podcast Funcionário da Semana: