Na cidade de São Francisco, nos Estados Unidos, o abrigo de animais San Francisco SPCA (Sociedade de Prevenção a Crueldade com Animais) está utilizando robôs autônomos para expulsar moradores de rua das calçadas próximas à organização. A atitude gerou críticas da população e das autoridades, que exigiram a retirada das máquinas das ruas.
Em entrevista ao jornal San Francisco Business Times, a presidente da SF SPCA, Jennifer Scarllet justificou que o grupo optou por utilizar os robôs por causa da enorme quantidade de acampamento de sem-tetos nas calçadas, que dificultavam a passagem e ameaçavam a segurança.
O robô é um K9, fabricado pela empresa Star Knightscope, que tem por objetivo realizar patrulhas de segurança. Ele é equipado com câmeras, lasers, sensores de movimento e GPS. Seu aluguel é de 6 dólares por hora, abaixo do valor pago a seguranças humanos, o que torna a máquina muito desejada pelas empresas.
Nas redes sociais, diversas críticas foram feitas ao abrigo e algumas pessoas sugeriram destruir os robôs. No Twitter, um jornalista americano comentou: “Capitalismo: em vez de fornecer casa aos sem teto, gasta quantias exorbitantes de dinheiro criando robôs que irão impedir moradores de rua de fazerem suas próprias casas”.
Scarllet contou que diversos robôs já foram depredados, e um deles foi encontrado coberto por uma lona com molho de churrasco em seus sensores. A presidente reforçou que o uso das máquinas é apenas para segurança e garantiu que a quantidade de moradores de rua nas calçadas diminuiu após o uso.
No dia 1º de dezembro, o Departamento de Obras Públicas de São Francisco alertou a SF SPCA que os robôs violavam o direito civil de ir e vir e que o grupo pagaria uma multa diária de 1.000 dólares caso não retirasse as máquinas da rua.
Ao San Francisco Business Times, a presidente disse compreender o medo das pessoas frente às novas tecnologias, mas pede para que tenham “um pouco de raiva pelo fato de que uma organização sem fins lucrativos precise gastar tanto na segurança. Em cinco anos, vamos olhar para trás e pensar ‘Nós costumávamos ser egoístas com eles só porque usam tecnologias tão novas’”.