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Russa acusada de conspiração comparece à audiência nos EUA

Maria Butina é acusada de influenciar políticos americanos e de se infiltrar na NRA, organização pró-direito de uso de armas aliada do Partido Republicano

Por Da Redação
Atualizado em 18 jul 2018, 18h52 - Publicado em 18 jul 2018, 18h34
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  • Acusada de tentar se infiltrar e influenciar políticos americanos, a suposta espião russa Maria Butina compareceu a um tribunal nesta quarta-feira (18), em Washington, dando início a um novo capítulo nas investigações sobre a  interferência da Rússia nos Estados Unidos.

    Maria Butina, de 29 anos, foi detida no fim de semana sob a acusação de atuar como “agente não declarada de um governo estrangeiro” e de “conspirar” para se infiltrar em organizações americanas “para promover os interesses da Federação Russa”, de acordo com a denúncia apresentada pelo Departamento de Justiça.

    O anúncio de sua prisão e indiciamento foi feito na segunda-feira (16), apenas poucas horas depois da reunião  entre os presidentes Donald Trump e Vladimir Putin, em Helsinque, na Finlândia.

    Butina se apresentou nesta quarta-feira para uma audiência preliminar ante um tribunal na capital americana, no qual deve ser decidido se ela responderá ao processo em liberdade ou se ficará presa preventivamente. As acusações feitas correspondem a uma pena de cinco anos de prisão.

    Segundo os promotores responsáveis pelo caso, Butina representa risco à segurança americana e poderia voltar à Rússia assim que fosse libertada. Além disso, eles a acusaram de tentar trocar sexo por informações confidenciais e acesso aos círculos políticos americanos.

    O advogado da suposta agente russa, Robert Driscoll, descartou as alegações e afirmou que Butina havia “cooperado com diversas entidades do governo há meses”, incluindo uma inspeção de sua casa feita pelo FBI em abril.

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    Butina tornou-se conhecida no circulo ultraconservador americano como o rosto visível da ONG Direito às Armas, em favor das armas de fogo.

    Originária da Sibéria, Butina publica frequentemente fotos nas redes sociais nas quais aparece manipulando armas para denunciar a estrita regulação de acesso às armas de fogo na Rússia.

    Mas as autoridades americanas se concentraram nos múltiplos contatos que ela manteve a partir de 2015 com o poderoso lobby local de armas, a National Rifle Association (NRA), visceralmente ligada ao Partido Republicano.

    Nas redes sociais, Butina também publicava fotos acompanhada de importantes dirigentes republicanos, incluindo o ex-presidente da NRA David Keene e o ex-candidato à presidência e governador de Wisconsin, Scott Walker.

    Profundidade e sofisticação

    Nas suas fotos, Butina também aparece acompanhada por uma autoridade russa que, segundo a imprensa americana, é Alexandre Torshin. Trata-se de um funcionário de alto escalão do Banco Central russo e alvo de sanções americanas. De acordo com a imprensa, Torshin é próximo ao presidente Putin e, nos Estados Unidos, é membro permanente da NRA.

    Os documentos de denúncia afirmam que Butina possuía um passe VIP para eventos da NRA. Embora já atuasse nos Estados Unidos desde 2013, Butina entrou no país em 2016 com um visto de estudante para fazer um curso na American University (UA), em Washington. Desde sua chegada, estava sob vigilância pelo FBI.

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    De acordo com a denúncia, Butina e Torshin tentaram desenvolver relações com dirigentes políticos americanos para criar “canais oficiais” de comunicação, que pudessem “ser utilizados pela Federação Russa para penetrar o aparato nacional de decisões políticas”.

    Para isso, tentavam participar de conferências da NRA, a fim de estabelecer contatos com dirigentes republicanos e organizar jantares de “amizade e diálogo” para impulsionar uma “diplomacia informal” entre os dois países.

    Em maio de 2016, em plena campanha para as eleições presidenciais daquele ano, Torshin teria se encontrado com Donald Trump Jr, filho do agora presidente, durante um evento organizado pela NRA.

    Em depoimentos citados pela imprensa americana, essas atividades mostrariam a “profundidade e sofisticação” das operações russas de influência política nos Estados Unidos.

    (Com AFP)

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