A Rússia suspendeu, nesta sexta-feira, a coordenação militar que tinha com os Estados Unidos na Síria, em resposta ao ataque americano contra uma base aérea, que deixou nove mortos. O Ministério das Relações Exteriores russo acusa Washington de ter planejado o ataque com antecedência. “A parte russa suspende a vigência do memorando que existe para evitar incidentes e garantir a segurança de voos durante as operações (militares) na Síria, assinado com os EUA”, afirmou o Ministério, em uma declaração lida por sua porta-voz, Maria Zakharova.
De acordo com a porta-voz, “para qualquer especialista está claro que a decisão do ataque foi tomada em Washington antes do fato de Idlib (ataque com armas químicas atribuído ao governo sírio), utilizado como pretexto para uma demonstração de força”. “Estamos diante de uma clara agressão contra a Síria. As ações tomadas hoje pelos EUA destroem ainda mais as relações russo-americanas.”
Os russos acusam Washington de tentar usar “uma demonstração de força, o confronto militar com um país que luta contra o terrorismo internacional”, sem se preocupar em esclarecer as circunstâncias do suposto ataque químico contra população civil síria.
“Sem dúvida, a ação militar dos EUA também é uma tentativa de desviar a atenção da situação em Mossul (Iraque), onde como resultado das ações, entre outras da coalizão liderada pelos Estados Unidos, morreram centenas de civis inocentes e aumenta a catástrofe humanitária”, afirmou.
O ataque
Os Estados Unidos lançaram na noite desta quinta-feira uma ofensiva militar na Síria contra o regime de Bashar Assad. Na primeira ação militar do governo Donald Trump, as forças americanas bombardearam com 59 mísseis Tomahawk uma base aérea em Homs. A ofensiva foi lançada a partir de navios de guerra mobilizados no Mediterrâneo.
Nove civis, incluindo quatro crianças, foram mortos pelo ataque, afirmou a agência de notícias estatal da Síria. Segundo a Sana, os civis foram mortos em vilarejos perto da base aérea. De acordo com a agência, mais sete pessoas ficaram feridas e casas na região foram severamente danificadas.
(Com EFE)