Rússia acusa Ocidente de chantagem e diz ter apoio da China
Em encontro turbulento do G20, chanceler russo citou 'abordagens unilaterais por meio de ameaças'
Em um turbulento encontro de chefes da diplomacia dos países do G20, a Rússia acusou o Ocidente de chantagem e ameaças e afirmou ter o apoio da China em sua posição na guerra da Ucrânia. O encontro desta sexta-feira, 3, terminou sem um comunicado conjunto, apenas com um resumo elaborado pela Índia, a anfitriã.
“Foi expressa uma rejeição unânime às tentativas de interferir nos assuntos internos de outros países, de impor abordagens unilaterais por meio de chantagens e ameaças e de se opor à democratização das relações internacionais”, disse Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, depois de uma reunião com a delegação chinesa.
+ Escudeiro de Putin, chanceler russo Sergei Lavrov virá ao Brasil em abril
Segundo a Rússia, os Estados Unidos estariam pressionando ministros do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, a condenar a invasão à Ucrânia e impor sanções contra a China, caso Pequim decida em fornecer armamentos a Moscou.
Às margens do G20, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou a ter uma conversa particular com Lavrov. O chefe da diplomacia de Joe Biden afirmou que os Estados Unidos continuariam a apoiar a Ucrânia em sua defesa contra a Rússia “pelo tempo que for necessário”. Também afirmou que a Rússia deveria voltar ao tratado New START, de controle de armas nucleares, o qual abandonou recentemente. Por fim, declarou que a Rússia deveria libertar Paul Whelan, um cidadão americano preso pela FSB (a antiga KGB).
“Devemos continuar a pedir à Rússia que ponha fim à sua guerra de agressão e se retire da Ucrânia em prol da paz internacional e da estabilidade econômica”, disse Blinken na reunião do G20, acrescentando que a China “não pode se apresentar publicamente como uma força de paz enquanto, de uma forma ou de outra, continua a atiçar as chamas do fogo que Vladimir Putin acendeu”.
+ Chefe mercenário russo exige retirada de ucranianos ‘cercados’ em Bakhmut
A China nega ter interesse em fornecer equipamento militar para a Rússia. Entretanto, os EUA entendem que Pequim e Moscou têm uma cooperação que pode chegar ao fornecimento de armas em breve.