Em um turbulento encontro de chefes da diplomacia dos países do G20, a Rússia acusou o Ocidente de chantagem e ameaças e afirmou ter o apoio da China em sua posição na guerra da Ucrânia. O encontro desta sexta-feira, 3, terminou sem um comunicado conjunto, apenas com um resumo elaborado pela Índia, a anfitriã.
“Foi expressa uma rejeição unânime às tentativas de interferir nos assuntos internos de outros países, de impor abordagens unilaterais por meio de chantagens e ameaças e de se opor à democratização das relações internacionais”, disse Sergei Lavrov, ministro das Relações Exteriores da Rússia, depois de uma reunião com a delegação chinesa.
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Segundo a Rússia, os Estados Unidos estariam pressionando ministros do G20, o grupo das 20 maiores economias do mundo, a condenar a invasão à Ucrânia e impor sanções contra a China, caso Pequim decida em fornecer armamentos a Moscou.
Às margens do G20, o secretário de Estado dos EUA, Antony Blinken, chegou a ter uma conversa particular com Lavrov. O chefe da diplomacia de Joe Biden afirmou que os Estados Unidos continuariam a apoiar a Ucrânia em sua defesa contra a Rússia “pelo tempo que for necessário”. Também afirmou que a Rússia deveria voltar ao tratado New START, de controle de armas nucleares, o qual abandonou recentemente. Por fim, declarou que a Rússia deveria libertar Paul Whelan, um cidadão americano preso pela FSB (a antiga KGB).
“Devemos continuar a pedir à Rússia que ponha fim à sua guerra de agressão e se retire da Ucrânia em prol da paz internacional e da estabilidade econômica”, disse Blinken na reunião do G20, acrescentando que a China “não pode se apresentar publicamente como uma força de paz enquanto, de uma forma ou de outra, continua a atiçar as chamas do fogo que Vladimir Putin acendeu”.
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A China nega ter interesse em fornecer equipamento militar para a Rússia. Entretanto, os EUA entendem que Pequim e Moscou têm uma cooperação que pode chegar ao fornecimento de armas em breve.