Rússia adverte aos EUA após novas sanções: ‘Estão brincando com fogo’
Restrições atingem 33 empresas russas e indivíduos, alguns acusados de interferir nas eleições americanas de 2016
A Rússia advertiu nesta sexta-feira 21 aos Estados Unidos que deixem “de brincar com fogo”, após a imposição de uma nova rodada de sanções contra indivíduos e empresas russas feita por Washington.
Em comunicado divulgado no site do Ministério das Relações Exteriores russo, o vice-chanceler Sergei Ryabkov disse que a estabilidade global está sendo minada pelas ações americanas contra a Rússia.
Washington impôs na quinta sanções contra 33 indivíduos e empresas por suas relações com o Kremlin, incluindo o empresário Yevgeny Prigozhin, acusado pela imprensa ocidental de arquitetar a campanha de desinformação contra os Estados Unidos na internet.
Trata-se da rodada de restrições “número 60” que os Estados Unidos aplicam contra a Rússia desde 2011, lembrou Ryabkov, sugerindo que essa política já se tornou uma espécie de “entretenimento nacional”.
Na opinião do diplomata, cada nova rodada de sanções certifica a falta de efeito da anterior e as “várias listas negras dos EUA se repetem cada vez mais”.
Para Ryabkov, os autores das sanções esperam impor suas condições a Rússia, “exercendo um pouquinho mais de pressão”, mas “nunca e ninguém vai conseguir”, assegurou.
“Recomendamos aos operadores do mecanismo de sanções em Washington que deem uma breve olhada na nossa história e deixem de fazer barulho inutilmente”, afirmou.
Além de Prigozhin, apelidado de “chef” do presidente russo Vladimir Putin, figuram entre os sancionados pelos Estados Unidos 24 russos acusados de influenciar as eleições americanas de 2016 pelo promotor especial Robert Mueller.
Mueller é o encarregado de investigar se houve algum tipo de coordenação entre o Kremlin e membros da campanha do atual presidente Donald Trump durante a disputa.
Entre as empresas russas atingidas pelas novas restrições está o Grupo Wagner, uma companhia de segurança privada que supostamente Moscou usa para combater na Síria, assim como a Oboronlogistika, que fornece alimentação e transporte para as tropas da Rússia na Crimeia, e a KnAAPO, que fabrica aeronaves em território russo.
Os Estados Unidos também impuseram sanções contra a companhia chinesa Equipment Development Department (EDD) e a seu diretor, Li Shangfu, por ter comprado armas da estatal Rosoboronexport, a maior exportadora russa de armas, que anteriormente já tinha sido sancionada por Washington.
(Com EFE)