Rússia ameaça enviar armas nucleares ao Báltico por adesões à Otan
Finlândia e Suécia expressaram desejo de se juntar à organização devido ao novo cenário de segurança da Europa
Dmitry Medvedev, vice-presidente do Conselho de Segurança da Rússia, declarou nesta quinta-feira, 14, que a Rússia teria que reforçar suas defesas se a Suécia e a Finlândia se juntarem à Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan).
Ele acrescentou que, se os dois países aderirem à aliança, não se poderá mais falar de um Báltico “livre de armas nucleares”, pois “o equilíbrio deve ser restaurado”.
“Até hoje, a Rússia não tomou tais medidas e não iria”, disse Medvedev. “Mas se nossa mão for forçada, bem… Tomem nota que não fomos nós que propusemos isso.” A Rússia faz fronteira com os estados bálticos da Estônia e da Letônia, e o enclave russo de Kaliningrado fica entre a Polônia e a Lituânia.
Tanto a Finlândia quanto a Suécia expressaram seu desejo de se juntar à Otan, e autoridades americanas disseram que os dois países podem se tornar parte da aliança ainda neste ano. As líderes dos dois países nórdicos disseram que o ataque da Rússia à Ucrânia mudou “todo o cenário de segurança” da Europa.
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Sua adesão à aliança mais que dobrará a fronteira terrestre da Rússia com os membros da Otan, disse Medvedev. “Naturalmente, teremos que reforçar essas fronteiras” com mais defesas terrestres, aéreas e navais.
O vice-ministro das Relações Exteriores da Rússia, Alexander Grushko, também afirmou nesta quinta-feira que a Rússia tomará medidas de segurança se a Suécia e a Finlândia entrarem na Otan.
Grushko disse que a participação dessas duas nações na aliança militar levaria às “consequências mais indesejáveis”.
A Otan foi fundada em 1949, no contexto da Guerra Fria, por doze países, incluindo os Estados Unidos e o Canadá. Os novos membros mais recentes foram Montenegro, em 2017, e Macedônia do Norte, em 2020. O número total de países da aliança agora é de 30.
Reconhecidos internacionalmente como Estados neutros, Suécia e Finlândia não tomam partido em guerras entre outras nações. Apesar de não serem membros da Otan, as nações nórdicas participam de exercícios e iniciativas de gerenciamento de crises da organização, além de trocar informações com a aliança.
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