Rússia anuncia prisão de responsáveis por explosão de ponte na Crimeia
Segundo agência russa, 'ataque terrorista' foi organizado pelo Ministério da Defesa da Ucrânia com corroboração de autoridades
O Serviço Federal de Segurança da Rússia (FSB) afirmou nesta quarta-feira, 12, que deteve oito pessoas pela explosão de parte da ponte que liga a Rússia à península da Crimeia, região anexada por Moscou em 2014. De acordo com a agência, cinco cidadãos russos e três da Ucrânia e da Armênia foram presos pela destruição ocorrida no último sábado.
Segundo o FSB, o “ataque terrorista” foi organizado pelo principal departamento de inteligência do Ministério da Defesa da Ucrânia, com corroboração do chefe do departamento, Kyrylo Budanov, além de funcionários e agentes, detalhou a agência de notícias russa RIA.
O ataque foi atribuído a um caminhão-bomba e autoridades ucranianas ficaram exultantes após a explosão, mas Kiev não reivindicou a responsabilidade.
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De acordo com um documento da agência, a bomba usada para destruir a ponte teria sido transportada da Ucrânia para a Rússia através da Bulgária, da Geórgia e da Armênia. A agência acrescentou que preveniu outros ataques em Moscou e na cidade de Briansk, no oeste do país.
“No momento, cinco cidadãos da Rússia e três cidadãos da Ucrânia e Armênia que participaram da preparação do crime foram detidos como parte de um caso criminal”, relatou a RIA, citando um relatório do Comitê de Investigação da Rússia.
O relatório, no entanto, não detalha onde os suspeitos foram detidos.
Em resposta ao ataque à ponte da Crimeia, gigantesca obra que Vladimir Putin inaugurou em 2018 como uma das principais de seu governo de mais de duas décadas, as forças da Rússia fizeram o mais amplo ataque a cidades da Ucrânia em mais de três meses.
Em um discurso televisionado, Putin disse que Moscou lançou ataques de mísseis de longo alcance contra a infraestrutura de energia, militar e de comunicações da Ucrânia na segunda-feira, 10, em retaliação ao ataque. Um dia depois, na terça-feira, vários mísseis continuavam atingindo território ucraniano, embora com menos intensidade.
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Putin classificou o episódio, que destruiu uma das pistas da ponte, como um “ataque terrorista contra infraestrutura civil crítica”.
“É óbvio que os serviços secretos ucranianos ordenaram, organizaram e executaram o ataque terrorista destinado a destruir a infraestrutura civil crítica da Rússia”, disse o presidente russo.
“Através de suas ações, o regime de Kiev se colocou em pé de igualdade com os mais odiosos grupos terroristas internacionais. É simplesmente impossível deixar crimes desse tipo sem resposta”, completou. Ele ainda ameaçou respostas duras da Rússia, em escala correspondente ao nível das “ameaças criadas para a Federação Russa”, se os “ataques terroristas continuarem”.