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Rússia ataca Ucrânia com número recorde de 472 drones, diz força aérea ucraniana

Casos de ataques com aparelhos vêm crescendo nas últimas semanas, à medida que russos passaram a usar modelos guiados por fibra óptica

Por Caio Saad SEGUIR SEGUINDO 1 jun 2025, 12h44 • Atualizado em 1 jun 2025, 16h02

wewew — Bombeiros e socorristas após ataque com drones contra estrutura em Odessa, Ucrânia. 30/5/2025 (Ukrainian State Emergency Service Press Service/AFP)

A Ucrânia informou neste domingo, 1, ter sido alvo de 472 drones da Rússia durante a noite — o maior número registrado desde o início do conflito, em fevereiro de 2022, confirmou um porta-voz da força aérea ucraniana à agência de notícias AFP.

Nas semanas recentes, o número de ataques com drones aumentou exponencialmente, à medida que a Rússia passou a usar modelos guiados por fibra óptica, que dificultam a defesa e o avanço de tropas ucranianas.

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Com um cabo de fibra óptica conectado diretamente ao operador, esses drones enviam e recebem sinais sem utilizar frequências de rádio, o que os torna imunes aos sistemas de guerra eletrônica usados para neutralizar drones convencionais. Segundo militares ucranianos, isso representa uma nova ameaça, visto que os dispositivos podem operar em baixa altitude e até dentro de estruturas.

O ataque a território ucraniano se dá em horas antes de uma nova rodada de negociações em Istambul, na Turquia, entre representantes russos e ucranianos. O encontro, previsto para segunda-feira, segue o anúncio do Kremlin de que a Rússia teria terminado de redigir um memorando de paz com seus termos para encerrar a guerra. Os termos, no entanto, divergem do posicionamento da Ucrânia, que tem entre suas prioridades obter “um cessar-fogo completo e incondicional”, além do “retorno dos prisioneiros” e das crianças ucranianas que Kiev acusa Moscou de ter sequestrado.

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De acordo com a porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da Rússia, Maria Zakharova, os dois países preparariam documentos sobre “modalidades de acordo e cessar-fogo” e discutiriam e trocariam os arquivos durante a próxima rodada de negociações.

A última rodada de negociações entre as duas delegações também foi realizada em Istambul no início deste mês, mas os lados não chegaram a um acordo para um cessar-fogo.

Exigências de Putin

Como parte de suas condições para encerrar a guerra na Ucrânia, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, quer que líderes ocidentais se comprometam por escrito a parar de expandir a Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) para o leste europeu e suspendam uma parte das sanções impostas a Moscou, disseram três fontes russas familiarizadas com as negociações pela paz à agência de notícias Reuters, na quarta-feira.

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O presidente e outras autoridades russas já disseram repetidamente que qualquer acordo de paz deveria abordar as “causas profundas” do conflito, se referindo à questão da ampliação da Otan e do apoio ocidental à Ucrânia.

Frustrado com a postura do Kremlin nas negociações de paz, o presidente dos EUA, Donald Trump, disse na terça-feira que Putin está “brincando com fogo”, após renovados ataques Rússia contra Kiev. Um dia depois, o republicano afirmou que saberá em duas semanas se Putin de fato leva à sério uma possível paz na Ucrânia.

“O que Vladimir Putin não percebe é que, se não fosse por mim, muitas coisas realmente ruins já teriam acontecido com a Rússia. Ele está brincando com fogo”, escreveu Trump na rede Truth Social.