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Rússia bombardeia Kiev e mata oito pessoas, incluindo menino de 6 anos, diz Ucrânia

Escolas e hospitais estão entre prédios danificados em 27 locais da capital, onde 88 ficaram feridos; Moscou diz que atingiu 'complexo militar-industrial'

Por Amanda Péchy SEGUIR SEGUINDO 31 jul 2025, 11h27

Ukrainian emergency work amid the rubble of a residential building after an air attack in Kyiv on July 31, 2025, amid the Russian invasion of Ukraine. Russian strikes on Kyiv killed at least six people, officials said on July 31, 2025, as Moscow claimed the capture of a town that had been a key stronghold for the Ukrainian army in the east of the country. Drones and missile strikes hit at least 27 locations in Kyiv in the early hours, city officials said. (Photo by Sergii VOLSKYI / AFP) — Escombros de um prédio residencial após um ataque aéreo em Kiev. 31/07/2025 - (Sergii Volskyi/AFP)

A Rússia lançou uma chuva de mísseis e drones contra Kiev, capital da Ucrânia, na madrugada desta quinta-feira, 31, matando pelo menos oito pessoas, incluindo um menino de seis anos, e ferindo outras 88, disseram autoridades locais.

Nas primeiras horas do dias, equipes de emergência lutavam contra incêndios e buscavam sobreviventes por escombros em toda a cidade. Segundo o presidente do país, Volodymyr Zelensky, mais de 300 drones e oito mísseis foram disparados no ataque — a Força Aérea disse que conseguiu abater 288 drones e três mísseis, mas houve 26 acertos diretos dos projetos em doze locais diferentes.

“Hoje, o mundo viu mais uma vez a resposta da Rússia ao nosso desejo de paz com (mediação dos) Estados Unidos e da Europa. Portanto, paz sem força é impossível”, escreveu em postagem no seu canal do aplicativo de mensagens Telegram.

O Ministério da Defesa russo, por sua vez, afirmou que o ataque atingiu campos de aviação e depósitos de munição militares ucranianos, bem como empresas ligadas ao que chamou de “complexo militar-industrial de Kiev”.

Danos materiais e mortes

O prefeito de Kiev, Vitali Klitschko, comunicou que nove crianças ficaram feridas durante o bombardeio que abalou a cidade a partir da meia noite, o maior número de feridos em uma única noite na cidade desde o início da guerra, há quase três anos e meio. Um bebê de cinco meses estava entre os feridos, com cinco crianças hospitalizadas, informou o chefe da administração militar da cidade, Tymur Tkachenko.

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Autoridades destacaram que escolas e hospitais estavam entre os prédios danificados em 27 locais da capital.

Em entrevista à agência de notícias Reuters, o morador Yurii Kravchuk, 62 anos, contou que ouviu o alerta de míssil, mas não conseguiu chegar a um abrigo a tempo. “Comecei a acordar minha esposa e então houve uma explosão. Minha filha acabou no hospital”, disse ele, que também se feriu.

Equipes de resgate levaram mais de três horas para resgatar um homem preso nos escombros, cortando a parede de um apartamento vizinho, informou o Ministério do Interior. Ele foi encontrado com vida.

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“O ataque foi extremamente insidioso e deliberadamente calculado para sobrecarregar o sistema de defesa aérea”, escreveu Zelensky no X (antigo Twitter), publicando um vídeo de um prédio residencial em chamas onde, segundo ele, pessoas ainda estavam presas sob os escombros. O presidente ucraniano acrescentou que os ataques mataram uma criança de 6 anos. Não está claro se a mãe do menino sobreviveu.

Ultimato de Trump

Nas últimas semanas, os russos intensificaram seus ataques com drones e mísseis em território ucraniano, atingindo diferentes cidades e fazendo números recordes de vítimas. Em junho, um relatório das Nações Unidas revelou que 986 civis foram mortos e 4.807 ficaram feridos entre dezembro de 2024 e maio de 2025 — um aumento de 37% em comparação ao mesmo período no ano anterior.

Na terça-feira 29, o presidente americano, Donald Trump, reduziu de 60 para “dez a doze dias” o prazo que deu ao presidente russo, Vladimir Putin, para demonstrar avanços nas negociações de paz até que os Estados Unidos imponham tarifas e outras sanções econômicas a Moscou.

“Esta é a resposta de Putin aos prazos de Trump”, disse a primeira-ministra da Ucrânia, Yulia Svyrydenko, referindo-se aos ataques desta quinta-feira. “O mundo deve responder com um tribunal e pressão máxima.”