Rússia culpa Israel por abate de avião russo sobre a Síria
Aeronave foi abatida por míssil da defesa síria durante ataque israelense inesperado; russos prometeram retaliação e convocaram embaixador para explicações
Rússia acusou Israel nesta terça-feira (19) de causar a queda de um avião militar russo perto do litoral mediterrâneo da Síria, e ameaçou retaliar o que descreveu como um ato hostil do Estado judeu.
Moscou também decidiu convocar o embaixador de Israel na cidade, Harry Koren, para pedir explicações sobre o ocorrido.
O Ministério da Defesa da Rússia disse que a aeronave de reconhecimento Il-20, que tinha 15 militares russos a bordo, foi abatida por um míssil s-200 da defesa antiaérea síria. Todos as pessoas a bordo do avião morreram.
O governo russo responsabilizou Israel porque, no momento do incidente, caças israelenses realizavam ataques aéreos contra alvos sírios e utilizaram o avião russo como um escudo contra a defesa antiaérea síria.
“Vemos as ações dos militares israelenses como hostis”, disse o porta-voz do Ministério da Defesa russo, Igor Konashenkov, à televisão estatal russa. “Em resultado das ações irresponsáveis dos militares israelenses, 15 militares russos pereceram”.
“Os pilotos israelenses protegeram-se atrás do avião russo, expondo-os ao fogo da defesa antiaérea síria”, afirmou o militar russo.
Ele explicou que os quatro aviões F-16 israelenses que bombardearam a província de Lataquia “criaram de maneira premeditada uma situação perigosa para os navios de superfície e aviões que estavam na região”.
“O comando aéreo israelense e os pilotos dos F-16 não puderam ver a aeronave russa, pois ela desceu a uma altitude de cinco quilômetros. Apesar disso, premeditadamente cometeram esta provocação”, afirmou Konashenkov.
O porta-voz da Defesa afirmou ainda que Israel não comunicou com antecedência ao comando russo seus planos de ataque e avisou apenas segundos antes de acontecer, o que não permitiu levar o Il-20 para uma área segura.
O avião, um turbopropulsor de exploração, foi derrubado por volta das 23h (hora local) de segunda-feira, quando voava sobre as águas do Mediterrâneo, a 35 quilômetros da costa síria, e retornava para a Base Aérea de Khmeimim, onde a Rússia possui um agrupamento aéreo.
(Com Reuters e EFE)