Rússia diz ter usado bomba de vácuo para matar 300 soldados ucranianos
Arma é condenada por movimentos de direitos humanos; Ucrânia nega ataques
O Ministério da Defesa da Rússia anunciou neste sábado, 16, que utilizou um “ataque aéreo de precisão” para eliminar 300 soldados ucranianos. De acordo com a agência RIA Novosti, o coronel-general Alexei Kim teria dito que uma bomba termobárica, também conhecida como bomba de vácuo, foi utilizada no ataque.
O comunicado do ministério não deixou claro onde ou quando o ataque foi realizado, mas informou que ocorreu em uma “área das formações nacionalistas Kraken”. À CNN americana, o porta-voz da Inteligência de Defesa ucraniana disse que se tratava de propaganda e que as alegações era “absolutamente absurdas”. Ele também negou o assassinato de 1500 soldados em Kursk e Belgorod.
O uso do tipo de bomba que teria sido usado pela Rússia é condenado por movimentos de direitos humanos. Desde 2022 há acusações de que o país tem utilizado esse tipo de arma, se somando a um crescente número de acusações a respeito da violação de tratados internacionais, levantando preocupações de órgãos multilaterais.
O uso da bomba de vácuo é recriminado porque elas são muito mais devastadoras que bombas convencionais. Para funcionar ela espalha uma nuvem de combustível por uma grande área e, uma vez detonada, destrói as proximidades, vaporiza tudo o que está por perto e é capaz de consumir o oxigênio da vizinhança, causando asfixia.
Em 2003, os Estados Unidos testaram uma bomba desse tipo, que ficou conhecida como a “mãe de todas as bombas”. Na mesma década a Russia desenvolveu uma similar, chamada de “pai de todas as bobas”. Elas estão entre as mais poderosas bombas não nucleares já construídas, com poder de explosão equivalente ao de 44 toneladas de explosivos convencionais.
As alegações ocorrem em meio as eleições russas, que devem durar até a próxima segunda-feira, 17. Internacionalmente não há muitas duvidas sobre a vitória de Putin no pleito, o que pode garantir a ele o titulo de governante a mais tempo no poder desde Josef Stalin.