Rússia e China vetam resolução da ONU contra regime sírio
A proposta buscava penalizar o regime de Bashar Assad por ataques químicos contra civis na Síria
Rússia e a China vetaram nesta terça-feira, no Conselho de Segurança da Organização das Nações Unidas (ONU), um projeto que tentava impor sanções ao regime da Síria pelo uso de armas químicas no conflito interno do país.
A proposta, que era defendida por Estados Unidos, França e Reino Unido, recebe o voto de nove países. Cazaquistão, Etiópia e Egito se abstiveram. Além dos vetos, a Bolívia votou contra. Para serem aprovadas, as resoluções precisam de nove votos a favor e nenhum veto.
As sanções estavam voltadas contra onze representantes do regime de Assad e dez instituições por sua vinculação com ataques químicos contra civis na Síria. Após a decisão, a embaixadora dos Estados Unidos na ONU, Nikki Haley, disse que “a Rússia e a China fizeram uma escolha indefensável, protegendo Bashar Assad”, ditador sírio. Haley acrescentou que os EUA vão sancionar indivíduos e entidades nomeados na resolução da ONU e que o país trabalhará com os parceiros da União Europeia para aplicar sanções à Síria fora dos regulamentos das Nações Unidas.
Mais cedo, o presidente da Rússia, Vladimir Putin, disse que seu país votaria contra as sanções porque a punição não ajudaria no processo de uma negociação pacífica. Esta é a primeira vez que Rússia e China vetam um projeto de resolução no Conselho de Segurança da ONU desde que o republicano Donald Trump chegou à Casa Branca, em 20 de janeiro.
O regime sírio foi acusado de usar armas químicas em vários ataques em 2014 e 2015, segundo uma investigação conjunta da ONU e da Organização para a Proibição das Armas Químicas (Opaq). De acordo com os investigadores, o governo usou helicópteros para lançar bombas de cloro em povoados dominados pela oposição.
(Estadão Conteúdo e EFE)