Rússia faz ‘ataque pesado de mísseis’ e eleva pressão na Ucrânia
Às vésperas da marca de um ano da guerra, um dos cenários mais tensos é Bakhmut, onde analistas veem um possível prelúdio de uma nova grande ofensiva
Forças da Rússia realizaram um “ataque pesado de mísseis contra instalações de infraestrutura” na Ucrânia durante a madrugada desta quinta-feira, 16, disparando ao menos 32 mísseis, afirmou a Força Aérea ucraniana em publicação no Telegram. Dos projéteis, ao menos 16 foram destruídos por defesas aéreas.
“Infelizmente, alguns dos mísseis de cruzeiro Kh-22 alcançaram seus alvos, atingindo infraestruturas críticas”, diz o texto. Segundo Andriy Yermak, chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelensky, a Rússia também usou drones nos ataques desta madrugada.
Em Pavlohrad, na região de Dnipropetrovsk, mísseis atingiram a cidade enquanto os residentes dormiam, segundo Serhii Lysak, chefe da administração militar local. Uma mulher de 79 anos morreu e sete pessoas ficaram feridas, de acordo com informações preliminares, disse Lysak em um post do Telegram na quinta-feira.
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“Foi uma noite terrível em Pavlohrad. Às três horas depois da meia-noite, quando as pessoas dormiam pacificamente em suas casas, o inimigo atingiu a cidade com foguetes”, disse.
No início da semana, o Alto Comissariado das Nações Unidas para os Direitos Humanos afirmou ter registrado 7.199 mortes de civis desde o início da invasão, em todo o território ucraniano. A maioria morreu por bombas, mísseis e ataques aéreos e o número real pode ser ainda maior, segundo a agência da ONU, à medida que o acesso ainda é difícil em certas áreas para verificação.
Na quarta-feira, a vice-ministra da Defesa ucraniana, Hanna Maliar, afirmou que a situação no leste do país é “tensa” e uma ofensiva russa está “em andamento”.
“As agressões seguem dia e noite. A situação é tensa. Sim, é difícil para nosso povo. Não obstante, nossos combatentes estão impedindo o inimigo de alcançar seus objetivos”.
Segundo Maliar, a Rússia tem perdas de “até 80%” entre membros de alguns de seus batalhões. O número não pôde ser verificado por fontes independentes.
Às vésperas da marca de um ano da guerra, em 24 de fevereiro, um dos cenários mais tensos da guerra é a cidade de Bakhmut, no leste da Ucrânia, onde analistas veem um possível prelúdio de uma nova grande ofensiva nacional.
Atualmente, a região é o principal objetivo do presidente russo, Vladimir Putin. A captura do local daria à Rússia uma nova posição na região de Donetsk e uma rara vitória após vários meses de contratempos. O território de Donbas, que a Rússia ocupa parcialmente, é considerado o coração industrial da Ucrânia e agora o país tenta obter controle total.
De acordo com militares ucranianos, soldados que já estão há meses na cidade estão preparados para novos ataques. As posições em Bakhmut foram fortificadas e apenas pessoas com funções militares foram autorizadas a entrar.
Os dois lados sofreram pesadas perdas em Bakhmut, e a situação da zona de conflito foi descrita como um “moedor de carne”, com poucos civis restantes na cidade. Desde maio, o Exército russo tenta ocupar a cidade, uma zona estratégica para ser usada como base de lançamento de ataques a cidades vizinhas, como Sloviansk e Kramatorsk.