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Rússia faz maior ataque em um mês, enquanto acusa Ucrânia de não estar interessada em paz

Drones e mísseis atingiram áreas no oeste do país, longe da linha de frente e relativamente poupadas, como Lviv, e deixaram ao menos 9 civis mortos

Por Caio Saad Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 21 ago 2025, 12h54 - Publicado em 21 ago 2025, 12h53

A Rússia lançou seu maior ataque de drones e mísseis contra a Ucrânia em mais de um mês, afirmaram autoridades ucranianas nesta quinta-feira, 21, ao mesmo tempo em que Moscou acusou Kiev de não ter interesse em um acordo “sustentável, justo e de longo prazo” em direção à paz.

Em ataques noturnos, de quarta para quinta-feira, tropas russas lançaram um total de 574 drones e 40 mísseis contra território ucraniano, segundo dados divulgados pelo presidente Volodymyr Zelensky. Projéteis atingiram áreas no oeste do país, longe da linha de frente e relativamente poupadas, como Lviv. Ao menos nove civis morreram.

+ Rússia critica Europa e exige participar de tratativas sobre garantias à Ucrânia

Em um comunicado, Zelensky também destacou o momento dos ataques de Moscou. “Os russos realizaram este ataque como se nada tivesse mudado. Como se não houvesse nenhum esforço do mundo para impedir esta guerra”, disse ele.

“Uma resposta é necessária. Ainda não há nenhum sinal de Moscou de que eles realmente pretendem se envolver em negociações significativas e pôr fim a esta guerra”, afirmou.

Na quarta-feira, o Ministério da Defesa da Rússia anunciou que tropas do país avançaram na região ucraniana de Dnipropetrovsk, em meio aos preparativos de um encontro entre Zelensky e o presidente Vladimir Putin, da Rússia. No momento, os soldados russos controlam cerca de 1% da região, que não está entre os territórios anexados ilegalmente por Putin em 2022.

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O DeepState, um projeto de mapeamento do campo de batalha na Ucrânia, mostrou que os soldados estavam a pelo menos 1-2 quilômetros da vila de Novoheorhiivka, próxima a Donetsk, na terça-feira. Segundo o ministério russo, o local foi capturado nesta quarta, depois que “soldados da 57ª Brigada de Fuzileiros Motorizados da Guarda expulsaram o inimigo (forças ucranianas)“. Estima-se que a Rússia controle 20% do território da Ucrânia, incluindo a Crimeia, uma península anexada por Putin em 2014.

+ Rússia avança na Ucrânia em meio a preparativos de reunião entre Putin e Zelensky

Em paralelo, o ministro das Relações Exteriores da Rússia, Sergei Lavrov, afirmou que as negociações entre líderes europeus sobre as garantias de segurança que podem dar à Ucrânia como parte de um acordo para encerrar a guerra no país “não vão dar em nada” sem a participação de Moscou. Uma das principais demandas de Kiev, tais proteções pretendem impedir potenciais invasões russas após o eventual fim do conflito, que já dura três anos e meio, e o esforço para propor um formato mais claro dessas garantias ganhou impulso renovado após uma reunião entre chefes de Estado da Europa e o presidente americano, Donald Trump, na Casa Branca.

Lavrov desdenhou da diplomacia europeia, afirmando que figuras da Organização do Tratado do Atlântico Norte (Otan) e da União Europeia empreendem apenas uma “tentativa desajeitada de influenciar Trump”. Para ele, Moscou deve participar das tratativas sobre questões de segurança ucranianas no processo de paz.

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“Discutir as garantias de segurança sem a Rússia não vai levar a lugar algum”, disse o ministro russo durante uma visita de trabalho à Jordânia. Ele acrescentou que a China, aliada do Kremlin na guerra, deveria estar entre os garantidores da segurança da Ucrânia – retomando uma proposta apresentada por Moscou lá atrás, durante as primeiras negociações para encerrar a guerra, no início de 2022.

O que são as garantias de segurança?

Após Donald Trump prometer na segunda-feira 18 que a Ucrânia receberá “muita ajuda” como parte de um acordo para encerrar a guerra, embora tenha apenas aludido à possibilidade dos Estados Unidos contribuírem com as defesas aéreas do país, líderes europeus começaram a explorar possíveis formatos de garantias de segurança num cenário pós-guerra.

O presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, afirmou que os detalhes serão acertados e “formalizados no papel” dentro de até dez dias. É provável que até 30 países – a chamada “coalizão dos dispostos” – estejam envolvidos, com alguma ajuda de Washington, embora o que isso significa na prática não esteja claro. O apoio poderia tomar muitas configurações, mas as principais são: 1) presença de tropas estrangeiras na Ucrânia; 2) compartilhamento de inteligência; 3) segurança aérea e naval, com foco no Mar Negro; 4) recursos financeiros para fortalecer o próprio exército ucraniano. Os rumos das negociações são vagos. Pode ser que apenas um desses formatos, ou todos juntos, ou uma combinação deles faça parte do acordo final.

A Rússia reiterou repetidamente que não aceitaria o envio de forças europeias para a Ucrânia, coisa que França e Reino Unido se disseram dispostos a fazer, enquanto Trump descartou a possibilidade de contribuir com soldados americanos. Maria Zakharova, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores russo, disse que o governo “rejeita categoricamente qualquer cenário que preveja o aparecimento na Ucrânia de um contingente militar com a participação de países da Otan”. Em paralelo, é provável que Kiev veja com ceticismo qualquer perspectiva de Pequim, apoiadora de Moscou durante a guerra, atuar como garantidora da segurança.

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