Rússia lança enxurrada de mísseis e drones em represália aos avanços ucranianos
Ataque se dá duas semanas após invasão ucraniana à região russa de Kursk, que segundo presidente Volodymyr Zelensky está "atingindo os objetivos"
Forças da Rússia atingiram infraestruturas de energia no norte da Ucrânia em um ataque com mísseis e drones, causando um grande incêndio, afirmaram autoridades ucranianas nesta terça-feira, 20. O ataque se dá cerca de duas semanas após a invasão ucraniana à região russa de Kursk, que segundo o presidente Volodymyr Zelensky está “atingindo os objetivos”.
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Kiev alegou que tomou controle de mais de 80 assentamentos em uma área de ao menos 1.150 quilômetros quadrados em Kursk desde seu ataque surpresa à região em 6 de agosto. Esta já é considerada a maior invasão à Rússia desde a Segunda Guerra Mundial. Zelensky justificou que a incursão na fronteira com o leste da Ucrânia visa criar uma zona-tampão e desgastar as forças russas, que travam há dois anos e meio uma guerra em território ucraniano.
Autoridades regionais da região ucraniana de Sumy, na fronteira com a Rússia, disseram que os ataques russos desta terça-feira causaram apagões em 72 vilarejos, afetando quase 20 mil pessoas.
Segundo as autoridades, forças ucranianas teriam conseguido derrubar três mísseis balísticos e 25 dos 26 drones lançados no ataque.
A queima de combustível e materiais lubrificantes também elevou os níveis de cloro no ar, disse um vice-chefe da administração regional de Ternopil. As autoridades pediram que as pessoas ficassem em ambientes fechados.
Apesar dos avanços ucranianos na região de Kursk, suas forças seguem na posição defensiva perto da cidade estratégica de Pokrovsk, no leste do país. A Rússia tem feito avanços constantes, ainda que lentos, por lá nas últimas semanas.
A cidade, que tinha uma população pré-guerra de cerca de 60 mil pessoas, é um importante centro de transporte para linhas de suprimento ucranianas em grande parte da região de Donbas, que a Rússia diz ter anexado. Agora, as tropas russas estão a cerca de 10 quilômetros dos arredores da cidade, de acordo com o ucraniano Serhiy Dobriak, chefe da administração militar local.
Dobriak afirmou nesta segunda em coletiva de imprensa que a cidade sofre um êxodo de 600 pessoas pessoas por dia. Ele acrescentou que a aproximação das forças russas pode significar a interrupção de todos os serviços municipais em uma semana.