Rússia lança nova rodada de mísseis contra Ucrânia, cortando eletricidade
Mais de 60 mísseis atingiram todo o país, incluindo Kiev, Kharkiv e Odesa. O ataque danificou sistemas de aquecimento e gerou apagões generalizados
A Rússia lançou uma bateria com 60 mísseis contra a Ucrânia nesta sexta-feira, 16, cujo principal alvo era a infraestrutura de energia no país. O ataque destruiu sistemas de aquecimento em diversas cidades e autoridades instituíram cortes de energia de emergência. À medida que as temperaturas caíam bem abaixo de zero devido à chegada do inverno, a situação fica cada vez mais preocupante.
O vice-chefe de gabinete do presidente Volodymyr Zelensky, Kyrylo Tymoshenko, disse que cortes de energia de emergência estão sendo introduzidos “em todo o país” para racionamento, enquanto as equipes lutam para reparar os danos.
+ Rússia alerta para ‘consequências’ se mísseis dos EUA forem para a Ucrânia
“Pedimos a sua compreensão em relação às quedas de energia e interrupções temporárias no fornecimento de água e aquecimento”, disse ele em um comunicado.
Não ficou claro quantos mísseis atingiram o alvo pretendido, já que grandes explosões foram relatadas nas cidades de todo o país, incluindo Kiev, Kharkiv e Odesa. Os primeiros relatórios de autoridades ucranianas indicaram que pelo menos duas pessoas foram mortas.
Yuriy Ihnat, porta-voz da Força Aérea Ucraniana, disse em rede nacional de televisão que a Rússia disparou mísseis variados para tentar escapar das defesas aéreas. O ataque foi comporto por munições menos precisas e drones, para esgotar as defesas aéreas ucranianas de modo que os mísseis de precisão mais poderosos de Moscou atingissem seus alvos.
+ Rússia diz que cessar-fogo de Natal ‘não está na agenda’
Desde outubro, a estratégia da Rússia de bombardear a infraestrutura essencial da Ucrânia ficou clara. De acordo com analistas, o objetivo é desmoralizar os ucranianos, aproveitando o inverno como arma para provocar medo.
“As instalações de energia já foram danificadas tanto no leste quanto no sul do país”, disse Herman Galushchenko, ministro da Energia, em comunicado nesta sexta-feira.
Vitali Klitschko, prefeito de Kiev, disse que houve explosões e ataques contínuos em pelo menos três distritos da capital e pediu aos moradores para permanecerem em abrigos. Todo o sistema de metrô foi paralisado e o abastecimento de água foi interrompido completamente por causa de danos à infraestrutura, escreveu o prefeito no aplicativo de mensagens Telegram.
+ Volodymyr Zelensky, o símbolo da resistência
Na cidade central de Kremenchuk, que fica ao sul de Kiev, o prefeito Vitalii Maletsky disse que mais de 200 mil clientes tiveram cortes no fornecimento de aquecimento central.
“Certifique-se de fechar todas as janelas e tomar todas as medidas possíveis para preservar o calor nas instalações”, orientou.
Cerca de um milhão de pessoas na região de Kirovohrad, que fica a oeste do rio Dnipro, ficaram “completamente sem eletricidade”, disse Andriy Raikovych, chefe da administração militar regional.
+ Otan promete mais apoio a Kiev enquanto Putin ‘usar inverno como arma’
Em Kharkiv, no nordeste da Ucrânia, o chefe da administração militar regional disse que 10 mísseis atingiram a cidade, danificando infraestrutura essencial. Não houve relatos de vítimas, mas as autoridades locais disseram que Kharkiv ficou totalmente sem eletricidade.
Já no centro da Ucrânia, na cidade de Kryvyi Rih, mísseis danificaram a infraestrutura e atingiram um prédio residencial, disseram autoridades locais. Valentyn Reznichenko, chefe da administração militar regional local, disse em comunicado que duas pessoas morreram e pelo menos cinco ficaram feridas, incluindo duas crianças.