Rússia, Ucrânia, França e Alemanha farão reunião sobre crise diplomática
Após ameaças de Moscou, os Estados Unidos enviaram toneladas de munição para os soldados ucranianos estacionados na fronteira

Assessores políticos da Rússia, Ucrânia, França e Alemanha realizarão conversas no “formato da Normandia” sobre a crise no leste da Ucrânia. De acordo com uma fonte ouvida pela agência Reuters, a reunião deverá acontecer em Paris no dia 26 de janeiro. O objetivo é tentar encontrar uma solução para a crescente tensão na região.
O “formato da Normandia” é uma referência ao encontro dos quatro países em 2014 em uma tentativa de acabar com o antigo conflito entre Rússia e Ucrânia. As relações colapsaram de vez naquele ano, quando soldados apoiados por Moscou invadiram a Crimeia e anexaram o território de Donbass, que Kiev agora quer de volta.
Países do ocidente estão preocupados com a movimentação militar da Rússia na fronteira com a Ucrânia. O governo de Moscou nega que tenha intenção de invadir o país vizinho, mas já enviou mais de 100 mil soldados para a região. Imagens de satélite também apontam que desde o início de setembro de 2021 a presença de tropas e equipamentos aumentou na área.
O Kremlin é contra a possível adesão de Kiev à aliança militar da Otan e vem alertando que essa adesão terá consequências graves. A Otan, por sua vez, afirma que “a relação com a Ucrânia será decidida pelos 30 aliados da Otan e pela Ucrânia, mais ninguém”.
Na sexta-feira, representantes dos Estados Unidos e da Rússia se reuniram em Genebra, na Suíça, para resolver a crise de forma diplomática, após uma escala de ameaças. Secretário de Estado americano e chanceler russo concordaram em manter diálogos, mas diferenças significativas ainda persistem.
Neste sábado, 22, os Estados Unidos enviaram a primeira parte de um pacote de ajuda de US$ 200 milhões aprovado pelo presidente Joe Biden. Cerca de 90 toneladas de munição chegaram a Kiev para fortalecer as defesas da fronteira.
De acordo com a rede CNN, a embaixada americana em Kiev solicitou a retirada de todos os funcionários considerados não essenciais, em meio a uma preocupação crescente com a segurança. O processo de evacuação deve começar já na próxima semana.