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Russos se irritam com comparação britânica entre Copa e Jogos de Hitler

Ministro das Relações Exteriores britânico fez analogia durante um comitê parlamentar; embaixador russo considerou o comentário um 'insulto' a seu povo

Por Da redação
22 mar 2018, 17h30

O embaixador russo no Reino Unido, Alexander Yakovenko, criticou nesta quinta-feira o governo britânico por comparar a realização da Copa do Mundo de futebol na Rússia com os Jogos Olímpicos da Alemanha nazista de Adolf Hitler em 1936.

“Ninguém tem o direito de insultar o povo russo, que derrotou o nazismo e perdeu mais de 25 milhões de pessoas, ao comparar nosso país com a Alemanha nazista”, disse o embaixador durante entrevista coletiva, em resposta ao ministro das Relações Exteriores britânico, Boris Johnson, que fez essa comparação na quarta-feira em um comitê parlamentar.

As relações anglo-russas se deterioraram com o envenenamento do ex-espião russo Sergei Srkipal e de sua filha Yulia por um agente químico de ação neurológica que, ao que tudo indica, foi criado por militares soviéticos durante a Guerra Fria. O ex-espião duplo estava vivendo em Salisbury, no sul da Inglaterra. Londres acusou diretamente o governo russoe o presidente Vladimir Putin como responsáveis pela tentativa de assassinato.

Yakovenko qualificou os comentários de Johnson como “totalmente inaceitáveis” e acrescentou que não acredita que os ex-combatentes britânicos da 2a Guerra Mundial pensem da mesma maneira que o titular de Relações Exteriores.

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O pronunciamento de Johnson no comitê de Assuntos Exteriores da Câmara dos Comuns sugere semelhanças nas intenções por trás dos Jogos Olímpicos de 1936, utilizado por Hitler para fazer propaganda do regime nazista, e a Copa do Mundo que será realizada na Rússia no meio de 2018. O britânico afirmou que sente “náuseas” ao pensar no presidente russo “cobrindo-se de glórias” nesse evento esportivo.

O líder da oposição trabalhista, Jeremy Corbyn, declarou hoje à imprensa –em clara referência a Johnson– que os comentários de alguns ministros do governo “não ajudam, nem são sensatos”.

Caso Skripal

O embaixador russo voltou a rejeitar hoje as afirmações britânicas de que seu país estaria por trás do ataque em Salisbury. Ele afirmou que a primeira-ministra britânica, Theresa May, não apresentou qualquer “prova” sobre o envenenamento e seu governo “construiu sua posição oficial apenas com base em suposições”.

Além disso, Yakovenko disse que soube da morte do cidadão russo Nikolai Glushkov em Londres através da imprensa e afirmou que os britânicos estão “ignorando deliberadamente” os pedidos russos para obter informação sobre essa pessoa.

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A polícia britânica informou que Glushkov, exilado no Reino Unido e encontrado morto no último dia 12 em Londres com sinais de estrangulamento, foi assassinado, mas não vinculou o caso com os eventos em Salisbury.

Além disso, o diplomata afirmou que a Rússia deseja “pronta recuperação” às vítimas afetadas pelo agente químico –os Skripal e um policial britânico– que ainda estão hospitalizados.

Ontem, Johnson disse que as provas do caso do ex-espião levam “inexoravelmente” ao presidente russo, cujo objetivo era enviar uma mensagem para possíveis desertores.

 

(Com EFE)

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