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Em uma semana difícil, Trump sai de mãos abanando do encontro com Kim Jong-un e tem o nome arrastado na lama, ao vivo na TV, pelo ex-advogado Michael Cohen

Por Thais Navarro Materia seguir SEGUIR Materia seguir SEGUINDO Atualizado em 4 jun 2024, 15h46 - Publicado em 1 mar 2019, 07h00
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  • Por mais que Donald Trump dê mostras de adorar ser presidente dos Estados Unidos, há ocasiões em que o cargo pesa. Os últimos dias, por exemplo: enquanto ele cruzava meio mundo, a caminho do Vietnã, para um encontro que não deu em nada com o ditador da Coreia do Norte, Kim Jong-un, em Washington seu ex-advogado e faz-tudo Michael Cohen relatava, em detalhes, um histórico de falcatruas do cliente que por dez anos protegeu “cegamente” e que agora descreveu com as seguintes palavras: “É racista, vigarista e trapaceiro”.

    Em depoimento de cinco horas na Câmara dos Deputados transmitido ao vivo na TV fechada, Cohen desdisse suas falas anteriores a favor de Trump. Sobre o pagamento que fez à stripper Stormy Daniels para que, durante a campanha eleitoral, ficasse calada sobre uma noite de sexo com Trump apenas quatro meses após a mulher dele, Melania, dar à luz o filho do casal, o advogado confirmou que o atual presidente sabia perfeitamente da transação (antes, dissera que não). Tanto que, quando foi conhecer o Salão Oval, logo após a posse, ouviu do então cliente: “Não se preocupe, Michael, seus cheques de reembolso de janeiro e fevereiro estão chegando” — e mostrou à comissão dois cheques de 35.000 dólares cada um (a conta total foi de 130.000 dólares). Disse mais: uma noite, o presidente lhe passou o celular. Era Melania, e a tarefa dele era mentir para ela, afirmando que o marido nunca tivera nada com Stormy. O pagamento é uma dor de cabeça para Trump porque há risco de ser qualificado como contribuição ilegal de campanha.

    E Cohen foi desfiando histórias. Contou que, em outra oportunidade, Trump atendeu um telefonema de Roger Stone, ex-assessor político hoje enroscado na Justiça, e pôs a ligação em viva voz. “Stone disse que tinha acabado de falar por telefone com Julian Assange e soubera dele que, em dois dias, o WikiLeaks vazaria grande quantidade de e-mails prejudiciais à campanha de Hillary Clinton.” O presidente nega ter tido conhecimento prévio do vazamento. O advogado ainda garantiu que seu ex-cliente continuou, sim, ciente das negociações para a construção de uma Trump Tower em Moscou durante boa parte da campanha (o negócio não prosperou).

    As duas questões — o vazamento contra Hillary e o acerto com os russos — têm potencial para piorar a situação de Trump no inquérito em andamento que visa a definir se houve algum tipo de “conluio” entre ele e a Rússia. Sobre essa hipótese, Cohen não dispõe de “nenhuma evidência direta” — “mas tenho minhas suspeitas”. Os republicanos bateram na tecla de que Cohen já mentiu antes para o Congresso, teve cassado o direito de advogar em Nova York, foi julgado e condenado por negócios escusos e começa a cumprir pena de prisão em abril. É tudo verdade.

    Em Hanói, local do malogrado encontro com Kim, Trump fez pouco das acusações e só ressaltou, adequando a realidade a seus interesses, que Cohen confirmou o que o presidente sempre afirma: que não houve conluio com os russos. Quanto ao encontro encerrado abruptamente, o presidente explicou que resolveu ir embora porque Kim insistia na suspensão imediata das sanções econômicas contra a Coreia do Norte. “Achei melhor sair da mesa, mas foi uma saída amigável.” 

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    Publicado em VEJA de 6 de março de 2019, edição nº 2624

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