Fortaleça o jornalismo: Assine a partir de R$5,99
Continua após publicidade

Salvadorenha pode pegar 20 anos de cadeia por suposta tentativa de aborto

Estuprada pelo padrasto desde os 12 anos de idade, Imelda Cortez nega a acusação; El Salvador proíbe a interrupção da gravidez

Por Da Redação
Atualizado em 12 nov 2018, 20h18 - Publicado em 12 nov 2018, 19h58

Estuprada por seu padrasto, Imelda Cortez, de 20 anos, deu à luz a seu bebê em uma privada e foi presa por tentativa de abortar seu filho. Cidadã de um dos mais restritivos países do mundo em relação ao aborto, El Salvador, a jovem foi acusada nesta segunda-feira pelo crime por um tribunal de San Salvador e poderá ser condenada a até 20 anos de prisão.

Cortez tem recebido o apoio do Centro para a Justiça e a Lei Internacional (Cejil) e de outras organizações de defesa dos direitos humanos e das mulheres. Segundo o jornal The Guardian, Paula Avila-Guillen, diretora para América Latina do Centro de Igualdade das Mulheres, foi informada pelo advogado de Cortez que a moça não percebeu que estava dando à luz. Ao se ver ensanguentada, no banheiro, ela gritou por socorro e foi levada a um hospital.

O bebê foi encontrado com saúde, segundo Avila-Guillen, e levado para os cuidados da mãe de Cortez, que ainda vive com o padrasto estuprador.

“O que faz do caso de Imelda ainda mais ultrajante é que ela foi vítima de violência sexual desde os 12 anos, mas é considerada a criminosa, em vez de a vítima”, afirmou Avila-Guillen.

Imelda Cortez cresceu em um família pobre da zona rural de Jiquilisco, no sul de El Salvador. Ela começou a ser estuprada desde os 12 anos de idade por seu padrasto, hoje com 70 anos.

O Cejil movimenta duas campanhas – #SalvemosAImelda e #JusticiaParaImelda – para sensibilizar a sociedade salvadorenha sobre a inocência de Cortez. A entidade caracteriza o ato da jovem como ” emergência obstetrícia”.

El Salvador é um dos países mais restritivo ao aborto do hemisfério ocidental, de acordo com a Organização das Nações Unidas e o Centro para Direitos Reprodutivos. Não há consentimento para a interrupção da gravidez nem mesmo nos casos de risco para a saúde da mãe. Muitas mulheres chegam a ser processadas judicialmente por abortos espontâneos.

Segundo o Grupo de Cidadãos para a Descriminalização do Aborto, pelo menos 129 mulheres foram processadas entre os anos 2000 e 2011 em El Salvador por descumprir as leis anti-aborto, conforme publicou o jornal The Guardian. Grupos locais em defesa da descriminalização do aborto enfrentam a resistência da sociedade, da Igreja Católica e de religiões cristãs pentecostais.

Continua após a publicidade

Em junho passado, um tribunal de San Salvador condenou Jasmin R. a dois anos de prisão por ter tentativa de aborto, em 2017. Ela ficou grávida depois de ter sido violentada por cinco criminosos. A pena foi convertida para a realização de trabalhos de “utilidade pública”.

 

 

 

Publicidade

Matéria exclusiva para assinantes. Faça seu login

Este usuário não possui direito de acesso neste conteúdo. Para mudar de conta, faça seu login

Black Friday

A melhor notícia da Black Friday

BLACK
FRIDAY

MELHOR
OFERTA

Digital Completo
Digital Completo

Acesso ilimitado ao site, edições digitais e acervo de todos os títulos Abril nos apps*

a partir de 5,99/mês*

ou
BLACK
FRIDAY
Impressa + Digital
Impressa + Digital

Receba 4 Revistas no mês e tenha toda semana uma nova edição na sua casa (menos de R$10 por revista)

a partir de 39,96/mês

ou

*Acesso ilimitado ao site e edições digitais de todos os títulos Abril, ao acervo completo de Veja e Quatro Rodas e todas as edições dos últimos 7 anos de Claudia, Superinteressante, VC S/A, Você RH e Veja Saúde, incluindo edições especiais e históricas no app.
*Pagamento único anual de R$71,88, equivalente a 5,99/mês.

PARABÉNS! Você já pode ler essa matéria grátis.
Fechar

Não vá embora sem ler essa matéria!
Assista um anúncio e leia grátis
CLIQUE AQUI.