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Secretário da OEA diz que Morales perdeu oportunidades de concluir mandato

Luis Almagro criticou referendo realizado por ex-presidente em 2016 para modificar a Constituição boliviana e permitir a reeleição indefinida

Por Da redação
17 nov 2019, 17h21
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  • O secretário-geral da Organização dos Estados Americanos (OEA), Luis Almagro, considerou que o ex-presidente da Bolívia, Evo Morales, perdeu “muitas oportunidades” para concluir seu mandato antes de renunciar em meio a manifestações.

    “Ele possuía um imenso legado político baseado em ter sido o primeiro presidente indígena da Bolívia e por toda a construção social em que havia trabalhado. E atirou ao mar todo esse legado”, descartando a oportunidade de “voltar para casa com satisfação dever cumprido”, disse Almagro ao jornal mexicano Excélsior em entrevista divulgada no sábado 16.

    Segundo o diplomata uruguaio, Morales “teve muitas oportunidades” de deixar a presidência.

    “Nem deveria ter feito esse referendo”, acrescentou Almagro, referindo-se à consulta popular de 2016 com a qual Morales pretendia modificar a Constituição boliviana para permitir a reeleição indefinida, uma proposta que não obteve os votos necessários.

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    Morales, no entanto, conseguiu uma nova candidatura após parte do Tribunal Constitucional autorizar.

    Para o secretário-geral da OEA, Morales “tinha a responsabilidade com o povo boliviano de realizar um processo eleitoral justo, transparente, claro e justo e não foi capaz de dar isso ao povo boliviano (…) a partir daí, ele foi responsável pelo que aconteceu”, disse Almagro ao jornal mexicano.

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    “Está na hora de [Morales] sair tranquilo e passar seu exílio tranquilo, e espero que um dia ele possa voltar tranquilamente à Bolívia”, disse Almagro.

    Evo renunciou no último final de semana após pressão de militares, policiais e da oposição. Na terça-feira 19, se asilou no México.

    Segundo a Comissão Interamericana de Direitos Humanos, 23 pessoas já morreram nos protestos no país. O órgão ainda classificou como grave o decreto do novo governo, divulgado no sábado 16, que autoriza militares a controlar os protestos sem que eles tenham que responder penalmente por excessos.

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    (Com AFP)

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