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Secretário de Estado dos EUA chega a Israel para tentar reduzir tensões

Poucas horas antes, homem palestino de 26 anos foi baleado na cabeça por forças israelenses em posto de controle na cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada

Por Da Redação
30 jan 2023, 11h26
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  • O secretário de Estado dos Estados Unidos, Antony Blinken, instou autoridades israelenses e palestinas nesta segunda-feira, 30, a amenizarem tensões, em meio a uma espiral de violência recente. Poucas horas antes da chegada da autoridade, um homem palestino de 26 anos foi baleado na cabeça por forças israelenses em um posto de controle na cidade de Hebron, na Cisjordânia ocupada.

    Na última sexta-feira, 28, um atirador palestino matou sete pessoas e feriu outras dez em um ataque terrorista a uma sinagoga. O atentado ocorreu poucas horas depois de um bombardeio israelense na Faixa de Gaza, feito em resposta a disparos de foguetes no território palestino. O atirador foi morto pela polícia e outras 42 pessoas foram presas por suspeita de envolvimento no ataque.

    + Palestina diz que ataque de Israel matou nove refugiados na Cisjordânia

    Durante sua chegada ao aeroporto internacional israelense, próximo a Tel Aviv, Blinken afirmou que é um “momento crucial” e condenou ataques palestinos que miraram cidadãos israelenses, mas também pediu calma nas respostas.

    A espiral mais recente de violência teve início na semana passada quando uma operação militar israelense contra um reduto militantes na Cisjordânia ocupada matou ao menos 10 pessoas, em maioria militantes. Ao menos 22 pessoas morreram só na semana passada, com ataques retaliatórios nos últimos dias, incluindo ataques a tiros, queima de carros e de propriedades.

    “Tirar uma vida inocente em um ato de terrorismo é sempre um crime hediondo, mas mirar pessoas fora de seu local de adoração é especialmente chocante”, disse em referência ao ataque de sexta-feira.

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    Nesta segunda, Blinken viaja a Jerusalém, onde se encontrará com o premiê Benjamin Netanyahu, recém-reeleito. Já na terça-feira, o secretário americano viaja a Ramallah para um encontro com o presidente da Autoridade Palestina, Mahmoud Abbas.

    Entre os itens na agenda estão o dormente processo de paz com os palestinos e preocupações internacionais com os planos do governo israelense de mudanças no sistema judiciário. Segundo o Departamento de Estado americano, Blinken também pedirá a preservação do status quo do complexo da mesquita de al-Aqsa, sagrado para judeus e muçulmanos.

    A mesquita de al-Aqsa é um dos símbolos da esperança da Palestina de garantir um Estado, uma meta que parece cada vez mais distante com a ascensão do novo governo israelense. A situação tem preocupado também autoridades do mundo inteiro. O embaixador dos Estados Unidos em Israel, Thomas Nides, disse em comunicado que ele “tem sido muito claro nas conversas com o governo israelense sobre a questão da preservação do status quo nos locais sagrados de Jerusalém”.

    Em um movimento não reconhecido pela comunidade internacional, Israel considera toda a cidade de Jerusalém como seu território, enquanto os palestinos reivindicam a parte Oriental da cidade, onde está al-Aqsa, como capital de um futuro Estado que irá abranger também as regiões da Cisjordânia e de Gaza.

    Netanyahu voltou ao comando de Israel no mês passado com uma coalizão de partidos conservadores e religiosos, formando o governo mais à direita da história israelense. Alguns integrantes do novo governo são veementemente contra um Estado palestino e já se posicionaram a favor da expansão de assentamentos judeus na Cisjordânia, ilegais sob a lei internacional.

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    De acordo com as convenções de Genebra sobre comportamento humanitário na guerra, é ilegal expropriar terras ocupadas para fins que não beneficiem os moradores ou realocar a população local à força. Na Cisjordânia, 18% das áreas ocupadas por Israel foram declaradas “zonas de tiro” para treinamento militar desde a década de 1970.

    As comunidades palestinas que vivem nessas áreas são constantemente ameaçadas com demolições de casas e confisco de terras agrícolas porque não têm licenças de construção, emitidas pelas autoridades israelenses.

    Em fevereiro passado, a Anistia Internacional já havia pedido às Nações Unidas que sanções fossem aplicadas contra a Israel sob a acusação de violar a lei internacional ao praticar uma forma de apartheid e cometer crimes contra a humanidade em sua “dominação” sobre palestinos.

    A Convenção Internacional sobre a Supressão e Punição do Crime de Apartheid de 1973 e o Estatuto de Roma de 1998 do Tribunal Penal Internacional (TPI) definem o apartheid como um crime contra a humanidade que consiste em três elementos principais. São eles a intenção de manter a dominação de um grupo racial sobre outro; o contexto de opressão sistemática do grupo dominante sobre outro; e atos desumanos.

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