Sem citar outros candidatos, Lula defende entrada da Argentina nos Brics
Presidente está na África do Sul para 15ª Cúpula dos chefes de Estado dos Brics, que acontece desta terça-feira até a quinta-feira
Em live semanal poucas horas antes da cúpula dos Brics, na África do Sul, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta terça-feira, 22, a entrada da Argentina no bloco. Durante a fala, o petista não citou nenhum outro dos 23 países que se candidataram oficialmente para entrar no grupo formado por Brasil, Rússia, Índia, China e a África do Sul.
“Defendo que os nossos irmãos da Argentina possam participar do Brics. Defendo isso, vamos ver na reunião como fica”, disse Lula, acrescentando ser também “favorável à entrada de vários países”.
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A África do Sul abrigará a 15ª Cúpula dos chefes de Estado dos Brics, que acontece desta terça-feira até a quinta-feira. Lula deve engajar em conversas e negociações com os presidentes sul-africano, Cyril Ramaphosa, e chinês, Xi Jinping, bem como com o primeiro-ministro indiano, Narendra Modi. O presidente da Rússia, Vladimir Putin, participará de forma remota, devido a um mandado de prisão do Tribunal Penal Internacional em Haia contra ele.
Nesta terça, os líderes dos Brics participarão de um fórum empresarial e depois se reunirão em um “retiro”, o evento exclusivo aos chefes de Estado e governo e respectivos ministros das Relações Exteriores. O chanceler russo, Sergei Lavrov, estará presente, segundo o governo brasileiro.
Segundo o Ministério das Relações Exteriores, o encontro entre os presidentes terá três temas principais.
O primeiro é a expansão do Brics, sobre a qual o presidente Lula já levantou a possibilidade da inclusão de países como Emirados Árabes Unidos, Arábia Saudita e a Argentina. O Itamaraty declarou que 23 países já entraram com pedido de adesão, e os negociadores da cúpula têm conversado sobre as características desses novos membros e os parâmetros de permissão de entrada no grupo.
Também estarão na pauta as questões específicas do continente africano, do qual o líder brasileiro defende se reaproximar. Lula confirmou a intenção de fazer um “giro” no continente para retomar as boas relações com os países africanos – seu antecessor, Jair Bolsonaro, não esteve na África durante o mandato (2019-2022). Depois da cúpula, o petista segue para Angola (25 e 26 de agosto) para encontros com lideranças políticas, e para São Tomé e Príncipe (27 de agosto), onde participará da cúpula da Comunidade dos Países de Língua Portuguesa (CPLP).
O terceiro ponto é a discussão sobre o uso de uma moeda comum para as transações comerciais entre os países do bloco. Lula tem defendido que os países tenham a opção de fazer as negociações em outra moeda além do dólar e que o Novo Banco de Desenvolvimento (NBD), conhecido como Banco dos Brics, possa escolher qual moeda utilizar. O presidente argumenta que a mudança pode fortalecer outras moedas.
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Na semana passada, o Itamaraty também indicou que a guerra na Ucrânia estará na pauta. O tema deve aparecer no chamado “retiro”. Putin será representado, como nos demais eventos da cúpula, por seu chanceler.
A guerra entre Rússia e Ucrânia já dura um ano e meio, e Lula defende a criação de um “clube de paz”, um grupo formado por países neutros que possam mediar um eventual acordo para o fim do conflito.