Senado aprova limitação do poder de Trump para atacar o Irã
Resolução recebeu o apoio de oito senadores republicanos, mas deve ser vetada pelo presidente após passar pela Câmara dos Deputados
O Senado dos Estados Unidos aprovou nesta quinta-feira, 13, uma resolução que limita os poderes da Casa Branca para comandar uma intervenção militar no Irã após semanas de tensões bélicas entre os dois países. Mas, como apenas oito senadores republicanos apoiaram o projeto, o presidente americano, Donald Trump, poderá vetá-lo, depois de passar pela Câmara dos Deputados.
A resolução, proposta pelo democrata Tim Kaine, “instrui o presidente a encerrar o uso das Forças Armadas dos Estados Unidos para hostilidades contra a República Islâmica do Irã ou qualquer parte de seu governo ou forças armadas, a menos que explicitamente autorizado por uma declaração de guerra [que deve ser aprovada pelo Congresso] ou autorização específica”.
Kaine elaborou a resolução no início de janeiro, após a operação americana que resultou na morte do general iraniano Qasem Soleimani, em Bagdá. O episódio desencadeou um ataque de mísseis do Irã contra duas bases que abrigavam soldados americanos no Iraque. Além disso, o governo iraniano derrubou um avião comercial com 176 civis, segundo as autoridades, por acreditar que se tratava de um ataque americano.
De 100 senadores, 55 votaram a favor da resolução, dentre eles 8 republicanos. O resultado, entretanto, ficou 12 votos atrás de uma maioria de dois terços, necessária para impedir qualquer veto presidencial. Trump havia indicado por meio do Twitter na quarta-feira 12 que se opunha à medida.
“Estamos indo muito bem com o Irã e não é hora de mostrar fraqueza”, tuitou o presidente. “Os democratas estão fazendo isso apenas como uma tentativa de envergonhar o Partido Republicano. Não deixem isso acontecer!”, concluiu.
Essa não é a primeira vez que o Congresso tenta conter o poder de Trump sobre assuntos militares. Em 2019, a Câmara aprovou uma medida que cortaria o apoio militar americano à campanha liderada pela Arábia Saudita na guerra civil do Iêmen, e outras que procuravam restringir os poderes de guerra do presidente no Irã. Ambas nem passaram pelo Senado.