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Senado dos EUA derruba manobra de Trump para erguer muro na fronteira

A decisão da Casa foi um duro golpe para Trump, já que uma dezena de membros do seu próprio partido foram contra sua proposta

Por AFP Atualizado em 30 jul 2020, 19h52 - Publicado em 15 mar 2019, 02h10
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  • O Senado dos Estados Unidos derrubou, nesta quinta-feira 14, o pedido de emergência do presidente Donald Trump para a liberação de verbas para construir o muro na fronteira com o México, um voto possível graças à traição de alguns republicanos.

    A decisão da Casa foi um duro golpe para Trump, já que uma dezena de membros do seu próprio partido foram contra sua proposta. Após saber da derrota, o dirigente prometeu que irá impor seu poder de veto contra o resultado.

    Na votação no Senado, onde os republicanos são a maioria com 53 cadeiras contra 47 da oposição, mais de uma dezena de senadores do partido de Trump se colocou ao lado dos democratas mantendo a decisão emitida pela Câmara dos Representantes.

    Um punhado de republicanos expressaram publicamente que votaria com os democratas, mas na hora da verdade foram 12 os que se alinharam à oposição, mas o resultado final da votação foi de 59 votos a favor e 41 contra.

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    Trump não perdeu tempo e em minutos publicou uma mensagem em sua conta no Twitter, que dizia: “veto”. Exceto se Trump perder mais apoio dentro do próprio partido, o ceto presidencial se imporia, pois para derrubá-lo são necessárias maiorias de dois terços.

    “Não serpa revogada e especialistas em legislação dizem que é totalmente constitucional”< disse Trump aos jornalistas na Casa Branca.

    Fiéis a Trump

    Os republicanos que votaram contra consideram que, com esta medida, Trump pisoteia os poderes do Congresso.

    O ex-candidato à Presidência em 2012, Mitt Romney, disse ter votado “a favor da Constituição”.

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    Entre os rebeldes também estão as moderadas Susan Collins e Lisa Murkowski, que já votaram no passado com os democratas, que habitualmente se desmarca da posição republicana.

    Mais surpresa provocaram vários congressistas leais a Trump, que se arriscaram a despertar a ira presidencial: Roy Blunt, Mike Lee, Jerry Moran e Roger Wicker.

    “Compartilho o objetivo do presidente Trump de fortalecer nossas fronteiras, mas não posso apoiar a expansão dos poderes da Presidência para além dos limites constitucionais”, disse Moran.

    Trump insiste em que esta estratégia lhe permite evitar passar pelo Congresso e redistribuir bilhões de dólares com outra destinação, incluindo dinheiro para construir ou reformar instalações militares.

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    Os democratas e alguns republicanos protestaram afirmando que é o Congresso que deve constitucionalmente controlar a gestão financeira do governo e que declarar emergência para ter acesso a recursos para erguer o muro fronteiriço é um abuso flagrante de autoridade.

    Um setor dos republicanos tentou frear a debandada forjando um acordo na quarta-feira para limitar os poderes presidenciais associados a esta declaração de emergência, pero Trump se negou e adotou uma estratégia de confronto.

    “Não votem com (Nancy) Pelosi!”, disse nesta quinta-feira no Twitter em referência à presidente da Câmara de Representantes e principal figura da oposição que tramitou o projeto contra a declaração de emergência.

    “Farsa”

    Pelosi disse que o Congresso se pronunciou com uma contundência avassaladora para rejeitar o esforço do presidente Trump para ignorar a Constituição com a farsa de uma declaração de emergência.

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    O presidente já tinha advertido que usaria pela primeira vez seu poder de veto para frear o projeto.

    “Estou preparado para vetá-lo, se for necessário”, escreveu o magnata na sua conta pessoal no Twitter. “A fronteira sul é um pesadelo humanitário e para a segurança nacional, mas é algo que se pode consertar facilmente!”, acrescentou.

    Antes da votação, o líder da bancada republicana no Senado, Mitch McConnell, havia expressado seu apoio à estratégia presidencial justificando que o sistema de segurança fronteiriça está “em um ponto de ruptura”, numa tentativa de convencer seus correligionários rebeldes a não votar com a oposição.

    Ao tomar conhecimento da declaração de McConnell, o líder dos Democratas na casa, Chuck Schumer, afirmou que tudo não passava de uma obra de puro “ressentimento”.

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    “É nosso trabalho aqui no Congresso impedir que o Executivo extrapole seus limites”, afirmou Schumer, acrescentando que esta votação entraria para a história.

    Em meio às tentativas de busca de apoio nos corredores do Capitólio, a Casa Branca apresentou na segunda-feira um projeto de orçamento para 2020 que inclui 8,6 bilhões de dólares para a construção do muro, um valor muito acima dos 5,7 bilhões que havia pedido inicialmente neste ano.

    É pouco possível que essa iniciativa passe, pois o Congresso havia rechaçado a liberação dos 5,7 bilhões de dólares na amarga luta que deixou o governo paralisado por mais de um mês, encaminhando apenas 1,375 bilhões de dólares para construir a barreira num trecho de 55 quilômetros no Texas.

    Esta é a segunda derrota do governo no Senado em menos de 24 horas, já que na véspera os legisladores votaram contra a participação dos Estados Unidos no conflito no Iêmen.

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