Chegou a 21 o número de vítimas fatais da explosão de um carro-bomba em frente à Academia da Polícia Nacional Santander em Bogotá, Colômbia. Outras 68 pessoas estão feridas e mais 58 foram checadas e liberadas do hospital. Inicialmente, as notícias davam conta de 8 mortos e 65 feridos. Equipes de resgate e forças de segurança permanecem no local. Este foi o pior ataque na capital do país em 16 anos.
Uma cadete equatoriana está entre os mortos e os feridos incluem outra equatoriana e dois panamenhos, segundo comunicado do ministro do Exterior, Carlos Trujillo.
O governo colombiano declarou três dias de luto. Segundo o ministro da Defesa, Guillermo Nieto, o “ato terrorista” foi realizado com um veículo munido de 80 kg de explosivos, detonados na manhã de quinta-feira 17, horário local. O autor do ataque foi identificado como o suicida José Aldemar Rojas, 56 anos.
Ele teria carregado sua SUV Nissan Patrol de cor cinza, ano 1993 e placa LAF565, e entrado na Academia às 9h30 (12h30, em Brasília), dirigindo o carro. Segundo as autoridades, na guarita, um cão policial teria farejado a presença de explosivos no carro. Rojas acelerou, atropelou dois cadetes e bateu o veículo contra o alojamento feminino. Nesse momento, houveram duas explosões.
O episódio causou comoção internacional. As organizações das Nações Unidas (ONU) e dos Estados Americanos (OEA) reagiram, condenando fortemente qualquer ação terrorista.
O presidente do país, Ivan Duque, pediu reforço policial na fronteiras e rotas de saída para cidades menores da Colômbia. “Eu também pedi que toda prioridade seja dada à essas investigações, para identificar os mentores deste ataque terrorista e seus cúmplices”, disse em pronunciamento à nação, transmitido no canal estatal Telesur.
Acordos de Paz
Desde que Duque assumiu o mandato, em agosto, o governo vem intensificando sua vigilância contra rebeldes marxistas e traficantes de drogas, no território que continua sendo o maior produtor de cocaína no mundo.
Conversas de paz com o Exército de Libertação Nacional (ELN), que no passado já assumiu responsabilidade por explosões contra a polícia, estagnaram antes de Duque substituir Juan Manuel Santos como presidente, e não foram retomadas.
Duque tem diversas demandas, incluindo a libertação de reféns do grupo, como pré-requisitos para recomeçar o processo de paz, mas o ELN já as considerou inaceitáveis.
Depois do acordo de paz de 2016 assinado por Santos e as guerrilhas das Forças Armadas Revolucionárias da Colômbia (FARC), que transformaram a mílicia rebelde em um partido político, o ELN é considerado o último grupo insurgente ativo no país, que sofre com um conflito de mais de meio século.
(com Agência Brasil)