Um sargento de primeira classe do Exército dos Estados Unidos se declarou culpado nesta quarta-feira (29) de tentar se aliar ao grupo terrorista Estado Islâmico (EI), segundo informou o Departamento de Justiça dos Estados Unidos.
Ikaika Erik Kang, de 35 anos, aceitou sua culpa em quatro acusações por tentar auxiliar o EI com ajuda material e informações sobre inteligência americana. Ele foi acusado formalmente em junho do ano passado, afirma um comunicado do governo americano.
Como parte do acordo de confissão feito com a Justiça americana, Kang aceitou cumprir pena de 25 anos de prisão e pelo menos 20 anos de liberdade supervisionada.
A sentença do caso será decretada no próximo dia 10 de dezembro pela juíza federal Susan Oki Mollway, do Havaí. Se a magistrada aceitar o acordo, determinará a pena já estipulada.
“Kang jurou defender os EUA como membro do nosso Exército, mas traiu o país ao jurar lealdade ao EI e ao tentar fornecer apoio material a essa organização terrorista estrangeira. Com a declaração de hoje, ele será considerado responsável por seus crimes”, indicou em comunicado o assistente de Segurança Nacional do Departamento de Justiça, John Demers.
Este é o primeiro caso no Havaí no qual alguém é considerado culpado de tentar fornecer apoio material a uma organização terrorista, de acordo com Sean Kaul, agente especial do FBI responsável pelo escritório de Honolulu, capital do estado.
De acordo com os documentos apresentados no julgamento, Kang teria se simpatizado com o EI no início de 2016. Nesse período, ele assistiu a vários vídeos online dos terroristas. Alguns deles eram de execuções violentas de civis e militares.
As autoridades locais e federais já estavam monitorando os movimentos do sargento e bolaram uma estratégia para prender Kang meses depois de descobrirem a ligação com o jihadismo.
O FBI usou agentes disfarçados, que se passaram por aliados do EI e se encontraram em diversas ocasiões com Kang. Nas reuniões, o militar repassou documentos confidenciais com a intenção de que eles fossem repassados à organização terrorista.
O sargento também conseguiu arranjar um pequeno drone e roupas militares para os agentes que se passavam por seus cúmplices. Além disso, Kang treinou os membros do FBI em combates corpo a corpo e os ensinou como o EI poderia utilizar drones para rastrear os movimentos das tropas americanas e obter vantagem tática para fugir dos blindados usados pelos EUA nos conflitos.
Em julho de 2017, o sargento gerou lealdade ao líder do EI, Abu Bakr al Baghdadi, em uma cerimônia falsa comandada por um dos agentes do FBI, que posteriormente prendeu Kang.
(Com EFE)