O Tribunal Militar de Israel condenou um soldado israelense por homicídio culposo (quando há a intenção de matar) por ter matado um palestino que já havia sido gravemente ferido, estava desarmado e não apresentava riscos para outros oficiais ou civis.
Os três juízes responsáveis pelo caso condenaram o israelense Elor Azaria, de 20 anos, de ter matado no dia 24 de março do ano passado em Hebrom, na Cisjordânia, Abdel Fatah Sharif, de 21 anos, com um tiro na cabeça. No episódio de 2016, que foi filmado por um palestino e depois publicado pela ONG de direitos humanos B’Tselem, Sharif e um amigo, Ramzi Aziz al-Qasrawi, esfaquearam um soldado israelense e foram rapidamente cercados pela tropa que estava na região.
Com os disparos, Al-Qasrawi morreu e Sharif ficou gravemente ferido no chão a ponto de não conseguir se mexer. Após o palestino ter sido desarmado, as filmagens mostram Azaria preparando a sua arma e atirando na cabeça do atacante. Segundo a versão do israelense, ele teria feito o disparo por que tinha medo que o palestino estivesse com um colete de explosivos. No entanto, os juízes concluíram que o tiro foi “injustificado” e por “vingança”. A pena do soldado será divulgada no prazo de um mês.
A morte acontece durante uma onda de ataques de palestinos com armas e facas na Cisjordânia contra israelenses que, segundo autoridades de Israel, já mataram 42 pessoas desde setembro de 2015.
Por outro lado, a ONG Human Rights Watch (HRW) divulgou na última segunda-feira que, desde outubro de 2015, foram registrados mais de 150 casos de palestinos mortos por forças de segurança de Israel por serem suspeitos de esfaquear, atirar, atropelar ou bater em israelenses. A condenação de Azaria também resultou em protestos e confrontos entre manifestantes de extrema-direita que exigem a libertação do soldado e forças do governo em frente no tribunal em Tel Aviv.
(Com ANSA)